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ELEIÇÕES 2006/PRESIDÊNCIA
Depois de almoço com FHC, Aécio e Tasso, governador modera seu discurso e se compromete a não recorrer às eleições internas
Alckmin promete não insistir em prévias
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL
A cúpula do PSDB arrancou ontem do governador de São Paulo,
Geraldo Alckmin, o compromisso de que não insistirá na idéia de
prévia, caso o prefeito José Serra
seja escolhido o candidato do partido à Presidência.
Contrariado com críticas a seu
trabalho à frente da sigla, o presidente do PSDB, senador Tasso Jereissati (CE), disse a Alckmin que
o PSDB "não admite vôo solo".
Acompanhado do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e
do governador Aécio Neves
(MG), os dois tucanos que formam com ele o triunvirato que
coordena a escolha do candidato,
Tasso indagou se Alckmin acataria a decisão partidária se fosse
preterido. O governador disse
sim. O trio almoçou com Alckmin
no Palácio dos Bandeirantes.
Tasso, Aécio e FHC condenaram a hipótese de prévia. Disseram que Alckmin, ao endurecer o
discurso nos últimos dias, provocava desgaste sem necessidade
porque Serra ainda hesita. Os três
estiveram com o prefeito na última semana num jantar para o
qual Alckmin não foi convidado.
Ele respondeu que a imprensa
deu a entender que o triunvirato
optara por Serra e que, se não tivesse endurecido, sua candidatura teria morrido. O trio disse que
as pesquisas do PSDB são parecidas com os levantamentos públicos, que mostram Serra com mais
cacife para enfrentar Lula.
À porta do gabinete, Alckmin
concordou que "não há razão para discutir neste momento critério de escolha". No almoço, Tasso
disse que "os interesses do partido devem estar acima das pretensões pessoais". No fim do encontro, ao lado de Alckmin, o presidente do PSDB frisou: "Ninguém
tem projeto pessoal aqui". Tasso
disse de público que não podia
descartar prévia para não parecer
autoritário. No bastidor, é "zero"
a chance de prévia, confidenciou
a parlamentares em Brasília.
Em São Paulo, o presidente do
PSDB repetiu que encarará a convocação de uma prévia como um
"fracasso pessoal". "Não estou
pedindo a ninguém para desistir
de nada. Estamos pedindo que todos levantem as circunstâncias
partidárias." Disse que Serra e
Alckmin teriam de chegar a um
acordo. O prefeito dará resposta
ao trio até 1º de março.
Em comparação ao cardápio do
Massimo, palco do encontro do
trio com o prefeito, o de ontem foi
espartano: filé ao molho madeira,
quiche, salada, suco e água.
Mais tarde, em Brasília, durante
discurso à bancada da Câmara,
em jantar oferecido pelo deputado Eduardo Gomes (TO), Alckmin disse: "Quem apostar na divisão do PSDB vai errar. Porque
[seja quem for] o candidato que o
PSDB escolher, o soldado Alckmin estará na frente puxando a
bandeira". Alckmin elogiou as
principais lideranças do partido,
mas não mencionou Serra.
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