São Paulo, quarta-feira, 22 de fevereiro de 2006

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Presidente do TSE ressalta crise em discurso de posse

SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O novo presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Gilmar Mendes, afirmou ontem, ao tomar posse no cargo, que "no ano passado o país mergulhou em uma das maiores crises éticas e políticas da sua história republicana".
Em um discurso contundente, ele considerou "extremamente graves o aparelhamento das estruturas estatais para fins político-partidário e a apropriação de recursos públicos para o financiamento de partidos políticos".
O ministro defendeu mudanças no sistema político-partidário e um maior controle do financiamento dos partidos e das campanhas, mas não fez referência direta ao governo do PT.
Ele presidirá o TSE por pouco mais de um mês. Em seguida, assumirá a vice-presidência do STF (Supremo Tribunal Federal). Como não poderá acumular os dois cargos, o TSE será então comandado por Marco Aurélio de Mello, até mesmo no período eleitoral.
Mendes foi nomeado ministro do Supremo Tribunal Federal pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em 2002.

Reeleição
Também em discurso nessa solenidade, o presidente da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Roberto Busato, criticou a reeleição, dizendo que o candidato que ocupa cargo executivo sempre tenta usar a máquina administrativa em proveito próprio.
De acordo com Busato, a reeleição estimulou "o uso do que é público e universal em benefício de facções políticas".
"Canteiro de obra não é palanque. Fazer crer a uma sociedade como a nossa, em larga escala iletrada e despolitizada, que as obras públicas são dádivas do Estado, do governo ou mesmo de determinado partido ou governante, constitui logro político -um logro com o qual convivemos há algumas gerações e que o instituto da reeleição, infelizmente, fortaleceu", disse Busato.


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