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Presidente do TSE ressalta crise em discurso de posse
SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O novo presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Gilmar Mendes, afirmou ontem, ao tomar posse no cargo, que
"no ano passado o país mergulhou em uma das maiores crises
éticas e políticas da sua história
republicana".
Em um discurso contundente,
ele considerou "extremamente
graves o aparelhamento das estruturas estatais para fins político-partidário e a apropriação de
recursos públicos para o financiamento de partidos políticos".
O ministro defendeu mudanças
no sistema político-partidário e
um maior controle do financiamento dos partidos e das campanhas, mas não fez referência direta ao governo do PT.
Ele presidirá o TSE por pouco
mais de um mês. Em seguida, assumirá a vice-presidência do STF
(Supremo Tribunal Federal). Como não poderá acumular os dois
cargos, o TSE será então comandado por Marco Aurélio de Mello,
até mesmo no período eleitoral.
Mendes foi nomeado ministro
do Supremo Tribunal Federal pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso em 2002.
Reeleição
Também em discurso nessa solenidade, o presidente da OAB
(Ordem dos Advogados do Brasil), Roberto Busato, criticou a
reeleição, dizendo que o candidato que ocupa cargo executivo
sempre tenta usar a máquina administrativa em proveito próprio.
De acordo com Busato, a reeleição estimulou "o uso do que é público e universal em benefício de
facções políticas".
"Canteiro de obra não é palanque. Fazer crer a uma sociedade
como a nossa, em larga escala iletrada e despolitizada, que as obras
públicas são dádivas do Estado,
do governo ou mesmo de determinado partido ou governante,
constitui logro político -um logro com o qual convivemos há algumas gerações e que o instituto
da reeleição, infelizmente, fortaleceu", disse Busato.
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