São Paulo, sexta-feira, 22 de fevereiro de 2008

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Toda Mídia

Nelson de Sá

Argentina vs. Petrobras

Deu no argentino "Clarín", ao mesmo tempo em que saíam reportagens sobre "a crise de energia" na América do Sul, no "Financial Times", e até sobre "a tensão política que se começa a notar", no "El País". Avisa o "Clarín", com eco por Reuters e outras, que para o café-da-manhã com Lula, amanhã, Cristina Kirchner quer levar "uma carta forte que envolve os negócios da Petrobras". A "fonte do Planejamento", diante da "intransigência brasileira" em não ceder à Argentina parte do gás comprado da Bolívia, ameaçou "revisar os empreendimentos petroquímicos em que a Petrobras surge como grande consumidor de gás".

TALVEZ, QUEM SABE
A nova "Economist", sob o título "Quem foi?", destaca o "estranho furto de segredos de petróleo e gás" no Brasil. Avalia que Tupi e Júpiter talvez sejam "as descobertas do século, mas a excitação pode ter ultrapassado os limites normais", daí o furto. Critica o transporte dos segredos "como soja", mas se concentra em especular "quem pode ganhar" com os dados. "Talvez investidores em ações, quem sabe uma companhia rival" ou "concorrendo por exploração perto" dos campos. De todo modo, "as coisas freqüentemente desaparecem dos contêineres de Santos".

MUDAR
O Terra Magazine, que noticiou o furto, entrevistou ontem o presidente da Agência Nacional de Petróleo, Haroldo Lima. Avisa ele que a agência não vai mais realizar "nenhum leilão sem antes fazer um novo marco regulatório".

NÃO MUDAR
No "Bom Dia Brasil", a comentarista Míriam Leitão lamentou que o furto esteja "fortalecendo a idéia de afastar os concorrentes e suspender os leilões". Defendeu "exploração em regime de concessão, com várias empresas".

DINHEIRO DE SOBRA
Foi destaque nos sites todos, como "Pela primeira vez na história, Brasil tem caixa para zerar a dívida externa", na Folha Online, e nos telejornais todos, como "O Brasil tem dinheiro de sobra para pagar a dívida externa", no "Jornal Nacional". Ou ainda, "As nossas reservas acabam de ultrapassar as nossas dívidas", no "Jornal da Band".
Também foi o maior destaque de Brasil nos sites de busca de notícias, com despachos de Bloomberg e outras ressaltando que o país "vira credor", não mais devedor.

O DERRETIMENTO E O DESCOLAMENTO
ft.com


Martin Wolf, do "FT", escreveu a coluna "Economia da América sob risco da mãe de todos os derretimentos", com perspectivas sombrias para os EUA (acima). Abriu um debate on-line que já ganhou uma pergunta-provocação de Jim O'Neill, o célebre oráculo dos Brics: "Se não existe "descolamento", por que o petróleo está em US$ 100?"

TRISTE ILHA
economist.com

Com capa que não deixa dúvida quanto ao que pensa do "Legado de Fidel Castro", um cinzeiro, a "Economist" preferiu olhar para a frente e defender no principal editorial: "Lamente o mal que ele fez. Mas retire o embargo contra uma ilha triste e ineficiente"
O HERDEIRO...
Desinteressado em Raúl, o "Wall Street Journal" deu em destaque que "Saída de Castro põe Chávez na boca de cena", em "papel maior". A diferença imaginária entre eles envolve "carisma versus dinheiro".

SEM ESTATURA
Do "Washington Post" ao "Houston Chronicle" e até Reuters, outros textos sobre o mesmo tema tiraram outra conclusão. "Chávez talvez não tenha estatura para herdeiro de Castro", diz o "Chronicle".


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@ - Nelson de Sá



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