São Paulo, domingo, 22 de fevereiro de 2009

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Melhor sem ele

Enquanto Aécio Neves põe lenha na fogueira das prévias, uma parcela do PSDB discute outra saída para o dilema de 2010: deixar o governador de Minas à vontade para cumprir a ameaça velada de abandonar o partido. Embora gere controvérsia mesmo entre serristas, tal ideia é ouvida com cada vez mais frequência.
Mas e se ele disputar por outra sigla? Os defensores da solução radical dão de ombros. Não acreditam que Aécio venha a ser o candidato de Lula. Nem que consiga unir o PMDB. No máximo, concedem que poderia virar vice de Dilma Rousseff. Mas e o risco de Serra perder os votos de Minas, segundo colégio eleitoral do país? Aí admitem que há um problema. Argumentam, porém, que o problema existirá de qualquer forma se não for Aécio o candidato tucano.



Caso perdido. Resumo da ópera, segundo um apoiador de José Serra: "O Aécio não trabalhou pelo candidato do PSDB a presidente nem em 2002 nem em 2006. A menos que o escolhido seja ele, em 2010 não será diferente".

Rsrsrsrs. Um ministro de Lula destila ironia a respeito da barafunda no PSDB: "Toda essa discussão em torno das prévias é muito importante para o aperfeiçoamento da nossa democracia".

Locomotiva. Dilma Rousseff é convidada de honra da inauguração, em maio, do trem do Pantanal (MS). A obra não está no PAC, "filho" da ministra e motivo oficial de suas viagens pelo país.

Ecumênica. Levada para o centro do noticiário da crise ao demitir 20% de seus funcionários, a Embraer foi uma das maiores doadoras da campanha de 2006, com R$ 5 milhões distribuídos a candidatos de vários partidos. Destinou R$ 1,3 milhão a Lula e R$ 1 milhão a Geraldo Alckmin. José Serra e os petistas Aloizio Mercadante e Ricardo Berzoini, entre outros, também receberam seu quinhão.

Canarinho. Agora contrariado por causa das 4.200 demissões, Lula derramou-se em elogios em julho passado, durante inauguração de uma unidade em Portugal: "A Embraer é uma paixão nacional".

Abaixo de zero. A Força Sindical levou a Carlos Lupi uma proposta de adendo ao chamado Bolsa-Geladeira. Quer incluir os freezers no programa de troca de aparelhos. O ministro do Trabalho ficou de estudar a proposta. De todo modo, Lula disse em reunião do Conselho Político que o Bolsa-Geladeira não sai antes do segundo semestre.

Sem fundo. Autor da proposta que funde a verba indenizatória ao salário dos congressistas, o senador Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) gastou, só em dezembro, R$ 39,4 mil. Do total, R$ 38 mil foram destinados à "divulgação do mandato". Se a incorporação vingar, não será preciso mais nem apresentar notas fiscais.

Promissória 1. Em recente roda na Câmara, deputados expressavam o temor de uma ofensiva da Receita caso a verba indenizatória seja incorporada ao salário. O órgão pode decidir cobrar IR retroativo.

Promissória 2. Um dos participantes do papo, Luiz Carlos Hauly (PSDB-PR) diz que, se isso ocorrer, a solução é simples: "Basta fazer um projeto de lei para a Câmara pagar esse imposto para nós".

Kryptonita. O Ministério de Minas e Energia, sob o comando do peemedebista Edison Lobão, acaba de criar a "Medalha do Mérito Mineral", destinada a personalidades que tenham prestado relevantes serviços na área. O maior grau da comenda é o de "Personalidade Mineral".

Solteira. A nova onda de denúncias contra o governo gaúcho não é a única perturbação na vida de Yeda Crusius (PSDB). A tucana acaba de se separar do marido, que em 26 de janeiro já havia sido exonerado do comando do Conselho de Comunicação.

com FÁBIO ZANINI e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

"É o janeiro mais "vermelho" da indústria, e faltam recursos ao FAT para ampliar o seguro-desemprego. Em que país vive o ministro do Trabalho?"


Do deputado ÍNDIO DA COSTA (DEM-RJ) sobre Carlos Lupi, que disse que o "pior já passou" dois dia antes de o IBGE anunciar alta recorde no desemprego em janeiro.

Contraponto

Espelho meu

Dilma Rousseff e José Antonio Toffoli se encontraram dias atrás e, não obstante rusgas recentes sobre assuntos de governo, começaram a trocar gentilezas.
-Você ficou ótimo de barba! As mulheres estão comentando...- disse a ministra ao advogado-geral da União.
-A senhora também está muito bem-, retribuiu Toffoli, numa referência indireta às recentes providências rejuvenescedoras tomadas pela aspirante à Presidência.
Dilma, que além de se submeter a uma cirurgia plástica mudou o penteado e agora conta com os serviços de uma maquiadora, cobrou, em tom bem-humorado:
-Então pare de me chamar de senhora!


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