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LISTA DE FURNAS
Militante do PT também é indiciado por divulgar lista na internet
Polícia indicia lobista por calúnia
PAULO PEIXOTO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
A Polícia Civil de Minas Gerais
indiciou sob acusação de calúnia e
difamação o lobista Nilton Monteiro e Luiz Fernando Carceroni,
militante petista que é assessor da
Prefeitura de Belo Horizonte. Os
dois foram acusados por sete deputados estaduais de divulgarem
a lista de Furnas com seus nomes.
A lista é investigada pela Polícia
Federal no inquérito que apura irregularidades na estatal Furnas
Centrais Elétricas. A PF apura se
haveria arrecadação de caixa dois
sob a coordenação do ex-diretor
da estatal Dimas Toledo, que, em
depoimento à CPI dos Bingos, negou a acusação. A suposta contabilidade paralela indica o nome
de 156 políticos de 12 partidos que
teriam recebido o dinheiro ilegal.
Uma cópia autenticada da suposta lista foi entregue à PF por
Monteiro. Laudo do Instituto Nacional de Criminalística afirmou
haver indícios de "montagem",
"alterações" ou "implantes" na
última página do documento.
Monteiro nunca exibiu o original,
apesar de ter dito que o tinha em
seu poder e que o entregaria à PF.
Como isso não ocorreu, ele pode
passar da condição de colaborador para a de investigado.
Paralelamente a esse inquérito,
sete deputados estaduais de Minas procuraram a polícia e disseram que estavam sendo vítimas
de calúnia. "Nós solicitamos à polícia que apurasse. Eu nunca recebi dinheiro de Furnas e nem conheço o Dimas Toledo", disse o
deputado João Leite (PSDB).
Carceroni foi indiciado pelo delegado João Octacílio Silva Neto
sob a acusação de distribuir a lista
pela internet. O delegado deixou
aos indiciados a tarefa de provar
na Justiça a veracidade do documento. Carceroni negou ter dado
publicidade à lista e acusou o delegado de ter feito a investigação
com "idéia pré-fixada". Disse que
recebeu a lista do deputado estadual Rogério Correia (PT) em dezembro de 2005 e que a encaminhou à Procuradoria Geral da República, PF e Controladoria Geral
da União pedindo apuração.
O petista afirma que o que circulou na internet foi um e-mail
que ele diz ter enviado ao jornalista Elio Gaspari, colunista da Folha, relatando o teor da lista. Ele
disse que também pode ter enviado esse e-mail "para alguns amigos", mas que não se lembra direito disso. Ele não lembra do e-mail usado para contactar o jornalista nem tem certeza se a mensagem chegou a ele. Nilton Monteiro foi procurado pela Folha,
mas não respondeu aos recados.
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