São Paulo, domingo, 22 de março de 2009

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Chega mais

Nome mais mencionado hoje no PT para ocupar o posto de vice na chapa de Dilma Rousseff, Michel Temer (PMDB-SP) recebeu a ministra da Casa Civil, há pouco mais de uma semana, para almoço na residência da presidência da Câmara. Dilma não parecia ter pressa: chegou às 12h e foi embora quase três horas depois. Mostrou-se simpática e desenvolta nas questões da articulação política. À mesa, além dos dois, apenas os peemedebistas Edison Lobão (ministro de Minas e Energia) e Henrique Alves (líder na Câmara).
São dois os predicados de Temer mais valorizados pelos petistas: é de São Paulo, base do líder nas pesquisas, José Serra (PSDB), e presidente do PMDB, o que daria um "caráter institucional" à aliança.



Eu? Aliados de Serra igualmente próximos de Temer lhe perguntaram na lata se vai ser vice de Dilma. O presidente da Câmara fez cara de paisagem.

Conta outra. Em contraste com a animação do PT, peemedebistas de São Paulo enxergam com ceticismo a hipótese Dilma-Temer. Afirmam que de qualquer modo o partido, liderado por Orestes Quércia, estará com Serra no Estado e que Temer pensará duas vezes antes de se lançar numa aventura que poderá deixá-lo sem mandato.

Expresso Planalto. Dilma pisou no freio da devolução do Campo de Marte a São Paulo, medida com a qual o governo federal havia concordado e que já tinha recebido o endosso do STJ. O argumento é que a área poderá ser incluída no trajeto do trem-bala, mas aliados de Serra e do prefeito Gilberto Kassab (DEM) apontam outro motivo: 2010.

Outra história. O presidente tem justificado seu empenho em amarrar o PMDB na chapa de Dilma dizendo que ele, Lula, pode fazer campanha descolado dos partidos, mas sua ministra precisa de lastro para decolar.

Agora vai. Lula deverá lançar no dia 5, na reunião dos governadores da Sudene em Montes Claros, o projeto que regulamenta as controvertidas Zonas de Processamento de Exportações. Convidou José Sarney (PMDB-AP), um dos entusiastas das ZPEs, para acompanhá-lo na viagem.

Que trégua? No dia seguinte ao jantar que selou o armistício entre PMDB e PT no Senado, o peemedebista Renan Calheiros contava a colegas no plenário que o petista Tião Viana havia recebido "auxílio-paletó" após incêndio no apartamento funcional que ocupa em Brasília.

Deixa pra lá. Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE) mandou avisar que não irá à CPI dos Grampos falar sobre a suposta espionagem de que teria sido vítima. O senador também disse que não vai cobrar providências da Casa.

Olha lá. Com o ingresso da Venezuela no Mercosul prestes a ser votado no Senado, FHC lembrou à bancada tucana, hostil à ideia, que empresários ligados ao PSDB estão loucos para vê-la aprovada.

Pioneira. A recém-anunciada iniciativa de Michelle Obama de plantar legumes e verduras na Casa Branca tem precedente longínquo em São Paulo: no início dos anos 80, Lucy Montoro virou notícia ao cultivar uma horta no Palácio dos Bandeirantes.

Pode? O PP perguntará formalmente ao TSE se "um presidente do Banco Central" pode se filiar a um partido político e permanecer no cargo. O sujeito indefinido é (não diga!) Henrique Meirelles.

Janelas. Há dúvida no governo sobre quando se dará a ida de José Antonio Toffoli para o Supremo Tribunal Federal. Uns defendem que seja este ano, na vaga de Ellen Gracie. Outros acham melhor para Lula contar com o advogado-geral da União até 2010. Neste caso, Toffoli esperaria a vaga a ser aberta com a aposentadoria de Eros Grau.

com VERA MAGALHÃES e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

"Reintegrar Delúbio será fornecer farta matéria-prima para os ataques da direita, ajudando a reavivar a ofensiva lançada contra nós durante a crise de 2005."

De VALTER POMAR , secretário de relações internacionais do PT, contrário ao pleito do ex-tesoureiro e protagonista do escândalo do mensalão, que quer voltar ao partido para se eleger deputado federal.

Contraponto

Guia Michelin

Quando ministro da Ciência e Tecnologia de Lula, Eduardo Campos (PSB) viajou a Paris para participar de conferência da Unesco. Num intervalo, o hoje governador de Pernambuco caminhava pela capital francesa quando recebeu telefonema do conterrâneo Fernando Lyra.
-Você está em Paris? Então vou lhe indicar um restaurante fantástico!- disse o ex-ministro do governo Sarney.
-Mas tem de ser barato. Minha diária é modesta.
Campos seguiu a dica e gastou, numa única refeição, toda a verba de que dispunha. Na volta, encontrou Lyra, que quis saber se ele gostara da dica.
-O restaurante era ótimo. O problema é que eu tive de comer baguete pelo restante da viagem...


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