São Paulo, segunda-feira, 22 de março de 2010

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Agnelo Queiroz vence prévia petista no DF

Ex-ministro, que era do PC do B, teve apoio do Planalto e derrotou com 56,5% dos votos o deputado Geraldo Magela

Discurso de petistas citou retomada "da ética e da transparência" na capital federal, cujo governador, hoje cassado, está preso

Valdir Friolin - 21.mar.2010/Zero Hora
Dilma Rousseff ao lado de Tarso Genro durante a festa do aniversário de 63 anos do pré-candidato do PT ao governo gaúcho

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Com o apoio do Palácio do Planalto, o ex-ministro Agnelo Queiroz tornou-se ontem o nome do PT para disputar o governo do Distrito Federal. Ele venceu as prévias contra o deputado federal Geraldo Magela, com 56,5% dos votos.
Antes mesmo da divulgação do resultado oficial da votação, feita pela primeira vez em urnas eletrônicas, os dois candidatos subiram num palanque improvisado e anunciaram a união do PT em torno de Agnelo e "contra a corrupção".
No DF, onde o DEM é acusado comandar um esquema de desvio de dinheiro público e distribuição de propina, o PT viu a chance de resgatar o discurso de "limpeza ética".
"Vamos vencer a direita e retomar a autoestima da capital do país em nome da ética e da transparência", disse Agnelo, que teve 4.656 votos e também responde na Justiça pela acusação de organizar um mensalão na esfera federal.
"Começa a disputa contra a corrupção", reforçou Magela, que recebeu 3.627 votos.
Superada a disputa interna, Agnelo anunciou que o PT dará início à tentativa de montar um bloco com partidos de esquerda e legendas aliadas do governo federal. Os petistas acreditam que só com uma ampla aliança será possível, nas eleições, derrotar o ex-governador Joaquim Roriz (PSC), favorito na corrida pelo Palácio do Buriti.
Desde novembro, o DF enfrenta uma crise que levou o governador José Roberto Arruda (ex-DEM) à prisão, fez o vice Paulo Octávio (também ex-DEM) renunciar ao cargo e obrigou a Câmara Legislativa a organizar uma eleição indireta. Arruda teve o mandato cassado pelo Tribunal Regional Eleitoral por infidelidade partidária.
Há ainda a hipótese, em discussão no Supremo Tribunal Federal, de intervenção federal no governo, comandado interinamente por Wilson Lima (PR), presidente da Câmara.
Em julho de 2008, Agnelo trocou o PC do B pelo PT com a promessa de que seria o candidato ao governo. Como representante do partido comunista, Agnelo chefiou o Ministério do Esporte de 2003 a 2006, quando saiu para disputar o Senado. Perdeu para Roriz.
A prévia de ontem foi antecedida de uma séria de denúncias contra os dois candidatos. Para Agnelo, os ataques de "fogo amigo" contra ele o fizeram sair fortalecido da disputa.
"Todas [as acusações] foram esclarecidas e não serão mais repetidas nas eleições", disse o pré-candidato, acusado de nada ter feito após assistir (antes da polícia) ao vídeo em que Arruda aparece recebendo dinheiro. Pesa contra ele ainda a suspeita de ter invadido uma área pública para aumentar o terreno de sua casa em Brasília.


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