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Agnelo Queiroz vence prévia petista no DF
Ex-ministro, que era do PC do B, teve apoio do Planalto e derrotou com 56,5% dos votos o deputado Geraldo Magela
Discurso de petistas citou retomada "da ética e da transparência" na capital federal, cujo governador, hoje cassado, está preso
Valdir Friolin - 21.mar.2010/Zero Hora
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Dilma Rousseff ao lado de Tarso Genro durante a festa do aniversário de 63 anos do pré-candidato do PT ao governo gaúcho
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Com o apoio do Palácio do
Planalto, o ex-ministro Agnelo
Queiroz tornou-se ontem o nome do PT para disputar o governo do Distrito Federal. Ele
venceu as prévias contra o deputado federal Geraldo Magela,
com 56,5% dos votos.
Antes mesmo da divulgação
do resultado oficial da votação,
feita pela primeira vez em urnas eletrônicas, os dois candidatos subiram num palanque
improvisado e anunciaram a
união do PT em torno de Agnelo e "contra a corrupção".
No DF, onde o DEM é acusado comandar um esquema de
desvio de dinheiro público e
distribuição de propina, o PT
viu a chance de resgatar o discurso de "limpeza ética".
"Vamos vencer a direita e retomar a autoestima da capital
do país em nome da ética e da
transparência", disse Agnelo,
que teve 4.656 votos e também
responde na Justiça pela acusação de organizar um mensalão
na esfera federal.
"Começa a disputa contra a
corrupção", reforçou Magela,
que recebeu 3.627 votos.
Superada a disputa interna,
Agnelo anunciou que o PT dará
início à tentativa de montar um
bloco com partidos de esquerda
e legendas aliadas do governo
federal. Os petistas acreditam
que só com uma ampla aliança
será possível, nas eleições, derrotar o ex-governador Joaquim
Roriz (PSC), favorito na corrida
pelo Palácio do Buriti.
Desde novembro, o DF enfrenta uma crise que levou o governador José Roberto Arruda
(ex-DEM) à prisão, fez o vice
Paulo Octávio (também ex-DEM) renunciar ao cargo e
obrigou a Câmara Legislativa a
organizar uma eleição indireta.
Arruda teve o mandato cassado
pelo Tribunal Regional Eleitoral por infidelidade partidária.
Há ainda a hipótese, em discussão no Supremo Tribunal
Federal, de intervenção federal
no governo, comandado interinamente por Wilson Lima
(PR), presidente da Câmara.
Em julho de 2008, Agnelo
trocou o PC do B pelo PT com a
promessa de que seria o candidato ao governo. Como representante do partido comunista,
Agnelo chefiou o Ministério do
Esporte de 2003 a 2006, quando saiu para disputar o Senado.
Perdeu para Roriz.
A prévia de ontem foi antecedida de uma séria de denúncias
contra os dois candidatos. Para
Agnelo, os ataques de "fogo
amigo" contra ele o fizeram sair
fortalecido da disputa.
"Todas [as acusações] foram
esclarecidas e não serão mais
repetidas nas eleições", disse o
pré-candidato, acusado de nada ter feito após assistir (antes
da polícia) ao vídeo em que Arruda aparece recebendo dinheiro. Pesa contra ele ainda a
suspeita de ter invadido uma
área pública para aumentar o
terreno de sua casa em Brasília.
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