São Paulo, domingo, 22 de março de 1998

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Escândalos atrasam votação de emenda

da Sucursal de Brasília

Os escândalos envolvendo os deputados Sérgio Naya (sem partido-MG), José Borba (PTB-PR) e Valdomiro Meger (PFL-PR) mudaram o foco da Câmara, atropelando a conclusão da votação da reforma da Previdência.
Deputados da base governista se aproveitam dos escândalos para deixar de votar os pontos polêmicos da reforma. Pressionados nas bases, eles temem perder votos nas eleições se aprovarem três pontos fundamentais da emenda.
São eles: a criação do redutor de até 30%, que na prática vai acabar com aposentadoria integral dos servidores públicos que recebem acima de R$ 1.200; o que estabelece idade mínima para aposentadoria: 48 anos (mulher) e 53 anos (homem) nas regras de transição e 55 anos (mulher) e 60 anos (homem) nas normas permanentes; e a inclusão dos magistrados.
Esses três pontos ainda serão votados de forma separada. O governos precisa reunir 308 votos do total de 513 deputados para manter o texto já aprovado pelo Senado.
"O atraso da votação demonstra fraqueza da base", afirmou o líder do PFL, Inocêncio Oliveira (PE).
O relator da reforma, Arnaldo Madeira (PSDB-SP), vai propor uma mobilização dos líderes para votar os pontos polêmicos ainda pendentes. "Há uma resistência surda e subterrânea na base do governo aos pontos polêmicos", afirma. Os líderes já não prevêem quando a votação da reforma da Previdência será concluída.
(LUIZA DAMÉ e DENISE MADUEÑO)



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