São Paulo, sábado, 22 de abril de 2006

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PAINEL

Fato determinado
Na surdina, a CPI dos Bingos avançou na investigação das relações do PT de Santa Catarina com empresários do jogo. O resultado é um fundamentado requerimento convocando representantes do partido no Estado, entre eles Lurian, filha de Lula, e seu marido, Marcelo Sato.

Batata quente
Preparado pelos técnicos da comissão, o requerimento, estritamente dentro do foco da CPI, já rodou nas mãos de pelo menos três senadores. Nenhum teve a iniciativa de subscrevê-lo.

Pluripartidário
A investigação em curso no Senado esbarra nas relações de parlamentares tucanos de Santa Catarina com os bingueiros.

Crise no casamento
É ruim o clima entre pefelistas e tucanos na CPI. Os primeiros suspeitam que os aliados estejam negociando acordo com o PT para deixar de lado questões "familiares", como o negócio Lulinha-Telemar. Em troca, petistas dariam refresco momentâneo a Geraldo Alckmin.

Pela raiz
Renan Calheiros enviou à assessoria jurídica do Senado o pedido de nova CPI feito por Almeida Lima (PDT-SE). O parecer deve apontar inconstitucionalidade pela falta de fato determinado e destacar que os assuntos elencados já foram investigados por outras comissões.

Para a posteridade
Nem os fotógrafos que cobriram o anúncio da auto-suficiência do país em petróleo, ontem na P-50, escaparam do registro oficial. Para lá de animado, o presidente Lula fez questão de posar também ao lado deles.

Satisfeito
Eduardo Suplicy (SP) ligou ontem para Márcio Thomaz Bastos e disse que, após o depoimento à Câmara, não vê razão para o ministro da Justiça voltar ao Congresso. Na terça passada, o petista havia defendido a idéia de ouvir Bastos no Senado.

Apuração virtual
As explicações de Valdery Frota de Albuquerque, ex-presidente da Nossa Caixa, a respeito dos contratos com agências de publicidade foram dadas à comissão de sindicância do banco paulista por e-mail.

Metendo a colher
Receosos de que a escolha do vice acabe saindo mais demorada que a do próprio Alckmin, tucanos sugerem ao candidato se intrometer, com jeito, na disputa pefelista. Acham que ele deve deixar clara para Jorge Bornhausen sua preferência -que recai sobre José Agripino (RN).

Era o que faltava
De um pefelista inconformado com o dilema entre os "Josés" Agripino e Jorge (PE): "Nunca fizemos prévias. Agora faremos uma para escolher vice!".

40 graus
João Carlos Meirelles, coordenador do programa de governo de Alckmin, não se impressiona com a tensão tucano-pefelista: "É apenas uma febre saudável para curar uma virose."

Prazo vencido
Só 3 de 18 ministérios envolvidos concluíram seu balanço de 2005 para o Plano Presidente Amigo da Criança, acertado entre Lula e a Fundação Abrinq.

Agora é com você
Marco Maciel (PFL-PE) cobra do Executivo a sanção do projeto de lei que regulamenta o Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. "O Congresso fez a sua parte aprovando a redução do limite de contingenciamento dos recursos, o que estimulará os investimentos na área", diz o senador. TIROTEIO

Do ex-ministro da Fazenda Mailson da Nóbrega sobre o atual, Guido Mantega, segundo quem a recompra dos "bradies", títulos emitidos nos anos 90 durante a reestruturação da dívida do país, "elimina uma mancha no currículo do Brasil":
-É mais uma prova de mudança mental. O ministro por certo já esqueceu de que o PT queria coisa pior no final dos anos 90: um plebiscito para não pagar de vez os credores, quando a dívida externa já começava a deixar de ser problema.

CONTRAPONTO

Cumprindo tabela

Na segunda-feira anterior à Páscoa, senadores da oposição se revezavam na tribuna da Casa com críticas pesadas ao governo e em especial ao ministro da Justiça, Márcio Thomaz Bastos.
Por ser dia tradicionalmente morto no Congresso, não havia no plenário nenhum parlamentar da base aliada para rebater as acusações. José Jorge (PFL-PE), cotado para vice de Geraldo Alckmin, aproveitou a vantagem numérica para tripudiar:
-Não queremos monólogo. Gostaria de fazer um apelo para que os senadores governistas compareçam à sessão.
Nesse momento, entraram no plenário Ideli Salvatti (PT-SC) e Romero Jucá (PMDB-RR). Ela foi à tribuna, mas ele já se preparava para sair de fininho quando José Jorge, brincando, ameaçou:
-Não saia não, ou denuncio que a base está fugindo!
Pelo sim, pelo não, o peemedebista ficou até o fim da sessão.


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