São Paulo, quarta-feira, 22 de abril de 2009

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NELSON DE SÁ - nelsondesa@folhasp.com.br

Negócios da China

"Wall Street Journal", "Financial Times" e até o site da revista "Time" noticiam como o crédito chinês avança pelo mundo do petróleo, para "facilitar" contratos de fornecimento com Rússia e Cazaquistão, Venezuela e Brasil. É o que Lula vai "finalizar" na viagem a Pequim no mês que vem, destaca o "WSJ", registrando que a estratégia "dá às estatais chinesas vantagem sobre concorrentes ocidentais como a Exxon". O "FT" acrescenta que, por aqui, Pequim quer suas estatais no pré-sal.
Ato contínuo, o presidente da Petrobras, que dias antes havia informado que também negocia crédito com os EUA, deu entrevista à Bloomberg e outras para afirmar que o empréstimo chinês não envolve um compromisso de fornecimento de petróleo. "Ainda estamos trabalhando nos detalhes."

HERANÇA MALDITA
O "WSJ" também destaca como o consumidor chinês vem sustentando a demanda interna. "A resistência dos gastos chineses contrasta" não só com a contenção de americanos e europeus, mas também de brasileiros.
"Os mais jovens não têm más lembranças, na China. Fizemos uma pesquisa no Brasil, onde a economia está bem, mas as pessoas têm más lembranças [de crise econômica] e se retraem", relata a Boston Consulting.

NOVO VELHO FMI
O "Washington Post" deu a reportagem "Um papel maior e mais arrojado para o FMI", com "mudanças que sugerem troca no modo como se dirige a economia global".
O Fundo faz nesta semana em Washington sua reunião de ministros -e, diz o "WP", textos internos indicam mais poder às "potências frescas" China, Índia e Brasil. Bloomberg e o indiano "Economic Times" concordam, mas o canadense "Globe and Mail" vê novo jogo de cena.

RAÇA, TEMA DOMINANTE
Andres Leighton/washingtonpost.com
Obama com líderes na Cúpula

Até onde foi possível levantar, só o "WP" destacou que "Raça é tema dominante na Cúpula" das Américas e teria até servido para "aproximar os líderes".
Na América Latina, onde "raça ocupa um lugar maior e mais problemático do que na Europa", Obama falou mais de sua "origem étnica, associando-se às classes mais baixas indígenas, negras e racialmente miscigenadas" da região, que "identificam os EUA com políticas econômicas que beneficiam a elite de origem europeia". Ajudou a "reduzir, mas não eliminar", o conflito com "populistas como Hugo Chávez".

CALIPSO
Moisés Naím, venezuelano editor da "Foreign Policy", escreve no "El País" que a mudança dos EUA sobre Cuba "não foi o mais importante" da Cúpula, e sim "as profundas divergências que separam os latino-americanos".
Avalia que "muitos são mais próximos dos EUA do que de seus vizinhos" e cita Lula, que "se dá melhor com Obama do que com Cristina Kirchner". Diz que o brasileiro e o americano "coordenaram passos" para sua "Cúpula do calipso", título da coluna.

CINISMO
Jorge Castañeda, mexicano professor da New York University, escreve no "WSJ" que Obama só deve "acabar com o embargo" após Lula, a chilena Michelle Bachelet e o também mexicano Felipe Calderón deixarem de ser tão "incrivelmente cínicos" sobre direitos humanos em Cuba.
No fim, admite que "a pressão sobre Obama para levantar unilateralmente o embargo pode se tornar irresistível" -e que, "por si mesma", a ação "pode forçar Cuba a abrir sua sociedade".

UM LUGAR PRIVILEGIADO
Eraldo Peres/lanacion.com.ar
Lula fala ao "La Nación"

Às vésperas da viagem a Buenos Aires, Lula deu longa entrevista ao argentino "La Nación", sob o título, entre aspas, "Não posso imaginar Brasil e Argentina separados".
O texto de Ricardo Carpena abre descrevendo Lula como "o homem que conquistou um lugar privilegiado junto aos mandatários mais influentes do mundo". E pergunta, para começar a entrevista de uma hora e meia, o que seria dele se tivesse nascido no norte da Argentina. Na resposta, "certamente eu teria sido peronista, porque todo mundo era". O jornal dá "três razões para ouvir" Lula: é um "líder sem fronteiras", "um negociador nato" e levou "pragmatismo ao poder". Abrindo outro texto, o enviado diz que, "se fosse brasileiro, votaria nele".
Ecoou no "Diário do Povo", via Xinhua.

"BYE-BYE, BRAZIL"
Ontem no "FT", "o suíço UBS tomou um grande passo para reverter sua expansão durante o boom ao vender o Pactual de volta" ao brasileiro André Esteves. No título do site da "Forbes", "UBS diz "Bye-Bye, Brazil'". Segundo a AP, o suíço quer "recuperar sua marca" pós-crise.

HORA DE DIVERSÃO
No site Propmark, a Globo abriu negociação com a empresa de entretenimento Time 4 Fun, de Armínio Fraga e outros, para acordo operacional ou "entrar no negócio", adquirindo a parte do ex-presidente do Banco Central. A empresa produz Cirque du Soleil e outros.


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@ - Nelson de Sá



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