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PSDB acusa Sensus com dado errado
Em notícia-crime contra instituto, tucanos usam pesquisa feita em SC, e não a nacional
Diferença está no percentual de entrevistados com renda de até um salário; advogado reconhece erro e afirma que denúncia será reformulada
BRENO COSTA
DA REPORTAGEM LOCAL
O PSDB utilizou dados incorretos para basear a notícia-crime que o partido pretende
apresentar hoje ao Ministério
Público Eleitoral contra o Instituto Sensus, por divulgação
de pesquisa fraudulenta. A Folha verificou que os advogados
dos tucanos usaram uma pesquisa feita pelo instituto em
Santa Catarina para atacar outra, nacional.
As informações referiam-se
ao nível econômico dos entrevistados pelo Sensus em pesquisa divulgada na semana passada, que apontou um empate
técnico entre os pré-candidatos à Presidência José Serra
(PSDB) e Dilma Rousseff (PT).
O PSDB encontrou cinco supostas irregularidades, relatadas em relatório produzido
após análise, por técnicos do
partido, nas 2.000 folhas de
resposta da pesquisa contratada por um sindicato de São
Paulo ligado à Força Sindical.
A principal delas, conforme
citou anteontem o advogado do
PSDB Ricardo Penteado, é justamente a que se baseou em dados errados.
O relatório afirma que os dados passados pelo instituto ao
TSE (Tribunal Superior Eleitoral) indicavam que 6% dos entrevistados tinham renda de
até um salário mínimo.
O PSDB afirma, após checagem dos questionários, que os
entrevistados naquela faixa de
renda eram 17,7% -diferença
favorável a um segmento do
eleitorado supostamente mais
simpático ao governo Lula.
A Folha, porém, analisou os
dados disponíveis no site do
TSE e constatou que, na verdade, a pesquisa na qual 6% dos
entrevistados estavam na faixa
mínima de renda foi uma realizada apenas em municípios de
Santa Catarina, a pedido da Federação das Empresas de
Transportes de Cargas e Logística e registrada no dia 6 de
abril sob o nº 7866/ 2010.
Os dados da pesquisa alvo da
contestação do PSDB, por sua
vez, apontam que 16,3% dos
entrevistados tinham renda de
até um salário mínimo -uma
divergência muito menor e, segundo a Folha apurou, considerada normal.
O advogado do PSDB reconheceu o erro, segundo, um
"equívoco" da área técnica que
fiscalizou a pesquisa. Penteado
disse que vai reformular a denúncia. "Não tenho o menor
problema em reconhecer que
houve um equívoco."
O diretor do Sensus, Ricardo
Guedes, não comentou o caso.
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