São Paulo, quarta-feira, 22 de maio de 2002

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RUMO ÀS ELEIÇÕES

Para o presidente, se o próximo governo for incompetente, país "desfaz situação de tranquilidade em pouco tempo"

FHC diz que há risco de país virar Argentina

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou que o Brasil corre o risco de virar uma Argentina se os próximos governantes forem incompetentes.
"Se os próximos governantes forem incompetentes, claro. É o que aconteceu na Argentina", disse FHC ao ser questionado se o Brasil corre o risco de viver uma situação como a do país vizinho.
Evitando atribuir a crítica a algum dos pré-candidatos à Presidência, afirmou que, com incompetência, "o país desfaz uma situação de tranquilidade em muito pouco tempo".
"Se você não tiver competência -e eu não quero divulgar quem tem e quem não tem- e se não tiver respeitabilidade para fazer e coragem para tomar decisões difíceis, desanda", afirmou FHC em entrevista à ASN (Agência Sebrae de Notícias), feita em 13 de maio e divulgada ontem.
O pré-candidato tucano à Presidência, José Serra, também já chegou a dizer que o Brasil pode virar uma Argentina devido ao papel das expectativas internacionais no desempenho da economia.
No mesmo caminho, o presidente do Banco Central, Armínio Fraga, já admitiu que o Brasil pode seguir os passos do país vizinho caso o próximo governo aja com irresponsabilidade na política monetária e fiscal.
Para FHC, a crise argentina não foi causada por fatores internacionais, mas por incompetência em administrar problemas internos e externos. "Então tem de ter gente competente," ressaltou. "Se não tiver, corre o risco sim. Não tenha dúvida."
Na entrevista à ASN, o presidente também falou sobre a demora na votação da emenda que prorroga a CPMF (Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira). Segundo ele, é um problema de "briga política" e isso está prejudicando o país. "Estão confundindo interesse nacional com interesse partidário."
O presidente disse também que houve um "pouco de exagero" nas recomendações de diminuir a compra de papéis brasileiros por consultores estrangeiros. Ele frisou que a recomendação foi feita por consultorias de bancos, e não por agências de classificação, o que não justificaria alterações na classificação de risco do país.
O presidente afirmou também que há possibilidade de ampliar a faixa de faturamento para inclusão no Simples, sistema unificado de pagamento de impostos e contribuições federais que beneficia micro e pequenas empresas.
A idéia seria elevar a faixa de faturamento, de R$ 1,2 milhão por ano, para incluir empresas de médio porte, inclusive empresas de serviço.



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