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RUMO ÀS ELEIÇÕES
Para o presidente, se o próximo governo for incompetente, país "desfaz situação de tranquilidade em pouco tempo"
FHC diz que há risco de país virar Argentina
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Fernando Henrique Cardoso afirmou que o Brasil
corre o risco de virar uma Argentina se os próximos governantes
forem incompetentes.
"Se os próximos governantes
forem incompetentes, claro. É o
que aconteceu na Argentina", disse FHC ao ser questionado se o
Brasil corre o risco de viver uma
situação como a do país vizinho.
Evitando atribuir a crítica a algum dos pré-candidatos à Presidência, afirmou que, com incompetência, "o país desfaz uma situação de tranquilidade em muito
pouco tempo".
"Se você não tiver competência
-e eu não quero divulgar quem
tem e quem não tem- e se não tiver respeitabilidade para fazer e
coragem para tomar decisões difíceis, desanda", afirmou FHC em
entrevista à ASN (Agência Sebrae
de Notícias), feita em 13 de maio e
divulgada ontem.
O pré-candidato tucano à Presidência, José Serra, também já chegou a dizer que o Brasil pode virar
uma Argentina devido ao papel
das expectativas internacionais
no desempenho da economia.
No mesmo caminho, o presidente do Banco Central, Armínio
Fraga, já admitiu que o Brasil pode seguir os passos do país vizinho caso o próximo governo aja
com irresponsabilidade na política monetária e fiscal.
Para FHC, a crise argentina não
foi causada por fatores internacionais, mas por incompetência
em administrar problemas internos e externos. "Então tem de ter
gente competente," ressaltou. "Se
não tiver, corre o risco sim. Não
tenha dúvida."
Na entrevista à ASN, o presidente também falou sobre a demora na votação da emenda que
prorroga a CPMF (Contribuição
Provisória sobre Movimentação
Financeira). Segundo ele, é um
problema de "briga política" e isso está prejudicando o país. "Estão confundindo interesse nacional com interesse partidário."
O presidente disse também que
houve um "pouco de exagero"
nas recomendações de diminuir a
compra de papéis brasileiros por
consultores estrangeiros. Ele frisou que a recomendação foi feita
por consultorias de bancos, e não
por agências de classificação, o
que não justificaria alterações na
classificação de risco do país.
O presidente afirmou também
que há possibilidade de ampliar a
faixa de faturamento para inclusão no Simples, sistema unificado
de pagamento de impostos e contribuições federais que beneficia
micro e pequenas empresas.
A idéia seria elevar a faixa de faturamento, de R$ 1,2 milhão por
ano, para incluir empresas de médio porte, inclusive empresas de
serviço.
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