São Paulo, segunda-feira, 22 de maio de 2006

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ELEIÇÕES 2006/ O PRESIDENTE

Petista enfatiza apoio ao governador paulista e estende críticas a Cesar Maia, do Rio

Presidente usa a crise na segurança para defender mais investimento na área de educação como forma de combater a violência urbana


Em SP, Lula provoca Serra e diz que Lembo fez o possível

Eduardo Knapp/Folha Imagem
Lula entre o prefeito Gilberto Kassab (esq.) e o presidente do Sindicato dos Comerciários, Ricardo Patah, na sede do sindicato


JOSÉ ALBERTO BOMBIG
DA REPORTAGEM LOCAL

Em sua primeira visita a São Paulo após a onda de violência promovida pelo PCC, o presidente Lula enfatizou ontem elogios e mensagens de apoio ao governador Cláudio Lembo, pefelista que ao longo da última semana criticou os aliados tucanos Geraldo Alckmin, seu antecessor, José Serra e Fernando Henrique Cardoso.
"Quero aqui, de público, dar minha solidariedade ao governador Cláudio Lembo pela postura que teve. Ele não podia fazer mais do que fez. O governo federal não poderia vir aqui sem pedir ao governador, por isso que nós oferecemos, senão seria intervenção", disse Lula.
Em entrevista à Folha, publicada na quinta-feira, Lembo afirmou que não recebera solidariedade de Serra, pré-candidato do PSDB ao governo paulista, nem do ex-presidente Fernando Henrique. Segundo Lembo, Alckmin teria lhe telefonado apenas duas vezes em meio à crise. Já Lula foi elogiado pelo pefelista.
"Quero dizer para vocês que o Cláudio Lembo não veio aqui por outro problema [tinha outro compromisso], mas ainda pouco estive com ele no aeroporto e disse: "Cláudio, o que você precisar, não se faça de rogado'", disse Lula ontem, em discurso feito em evento pela manhã que contou também com a presença do prefeito Gilberto Kassab (PFL), ex-vice de Serra e uma espécie de mentor político de Lembo.
A assessoria do governador disse que o encontro ocorreu em área reservada do aeroporto de Congonhas, e durou cerca de 20 minutos. Teriam participado só Lembo e o presidente.
Antes do apoio explícito ao pefelista, Lula defendeu investimentos em educação como forma de combater a violência e criticou Serra e o prefeito do Rio, Cesar Maia (PFL).
De acordo com Lula, o governo ofereceu 30 mil vagas para a Prefeitura de São Paulo, ainda na gestão do tucano, em 2005, destinadas a um programa educacional com jovens da periferia. A oferta também teria sido estendida ao Rio.
"Por problema político, meu caro Kassab, e eu tenho certeza de que isso vai ser resolvido, a cidade de São Paulo só preencheu 7.000 das 30 mil vagas, e a cidade do Rio não preencheu nem 7.000, talvez porque o programa seja federal".
Ao final do evento -inauguração da nova sede do Sindicado dos Comerciários de São Paulo-, o deputado Luiz Antônio Medeiros (PL-SP), que pedira aos presentes para votarem em Lula, comentou: "O Lembo é o novo ícone da esquerda brasileira. O ibope dele está alto no PT".
Ao lado do presidente no palanque estava o senador Aloizio Mercadante (SP), pré-candidato do PT ao governo e um dos principais adversários do ex-prefeito Serra.


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