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Minc diz que devastação cresceu e põe culpa em MT
Segundo ministro, novo estudo do Inpe aponta mais desmatamento na Amazônia
Titular do Meio Ambiente respondeu a críticas de Blairo Maggi sobre guarda ambiental sugerindo que
o governador ataque Lula
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
O mais recente estudo do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) sobre desmatamento na Amazônia responsabilizará o Estado de Mato
Grosso por mais de 60% das
ocorrências, disse Carlos Minc,
ministro do Meio Ambiente.
Os detalhes do estudo serão
conhecidos na semana que
vem, afirmou Minc, que esteve
reunido no Rio com a cúpula do
Inpe. Mesmo sem se aprofundar no assunto, o novo ministro
usou as conclusões do instituto
para criticar o governador de
Mato Grosso, Blairo Maggi
(PR), que o atacara na véspera.
"Segunda-feira agora, o Inpe
vai divulgar uma nova estatística de desmatamento de terra.
(...) Vai ser um dado ruim, vai
ser um dado de aumento. E, para variar, mais de 60% em qual
Estado? Quem sabe? Mato
Grosso", disse Minc, na entrevista concedida na Secretaria
do Ambiente do Estado do Rio.
O ministro sugeriu a Blairo
que passe a atacar o presidente
Luiz Inácio Lula da Silva.
"O governador Blairo Maggi
é um homem público. Como todo homem público, tem que assumir responsabilidades. (...)
Não quero impor nada a ninguém. Pelo contrário, estou
chegando agora. (...) O presidente Lula disse OK [à proposta da guarda ambiental]. A partir de agora o Blairo não deve
brigar comigo, deve brigar com
o presidente", disse Minc, que
toma posse na terça.
O novo ministro voltou a defender mais rapidez nos licenciamentos, em resposta ao futuro presidente do Ibama, Roberto Messias Franco, que disse à Folha não ver motivos para agilizar a emissão das licenças. Segundo Minc, Messias
Franco aceitou o cargo "nesses
termos". O ideal, segundo ele, é
que 10% do tempo dos funcionários do Ibama encarregados
de licenciamento seja dedicado
à análise da "burocracia", para
"focar 90% no que interessa".
Para o ministro, "há dois caminhos para resolver bem a
questão do agronegócio". Um é
o que chama de zoneamento
econômico-ecológico, que interessa "ao pessoal mais avançado do agronegócio" porque
"dá uma regra clara: aqui pode,
aqui não". O outro é "um setor
que é atrasadíssimo, que está
convertendo a Amazônia em
pasto". Reiterou ser contra
energia nuclear e a construção
de Angra 3, mas como o governo já decidiu por ela, acatará a
decisão sem questionamentos.
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