São Paulo, quinta-feira, 22 de maio de 2008

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Usina enfrenta resistências há cerca de 20 anos

DA AGÊNCIA FOLHA

O projeto para construir a usina de Belo Monte, no rio Xingu (PA), começou há cerca de 20 anos e sempre encontrou resistências de ambientalistas, indígenas e população da região. A usina é considerada peça-chave para atender à demanda futura de energia elétrica do país.
Em 2007, Belo Monte foi incluída no PAC como obra prioritária. O leilão de concessão está previsto para ocorrer em 2009. A usina, que prevê gerar 11,18 mil MW, tem custo previsto em US$ 7 bilhões (R$ 11,2 bilhões). Se construída, será a segunda maior hidrelétrica do país -Itaipu gera 12 mil MW.
Índios e pequenos agricultores criticam a instalação da usina devido aos impactos que ela acarretará. Cerca de 15 mil pessoas deverão ser deslocadas.
Em artigo de 2007 para a revista "Brasil Energia", o engenheiro Paulo Fernando Rezende, coordenador dos estudos de Belo Monte, ferido por índios anteontem, disse que a cota de alagamento provocada pelo reservatório será semelhante às cheias que ocorrem anualmente no Xingu e que nenhuma terra indígena será alagada.
Para o professor da Unicamp Oswaldo Sevá, que participou anteontem da mesa de discussão com Rezende, os impactos ambiental, social e econômico da usina serão "enormes" e prejudicarão o Xingu. Para Sevá, será preciso abrir a mata e construir estradas para transportar material e construir linhas de transmissão. "Barrar o trecho do rio onde está prevista a instalação da usina equivale a barrar as cataratas do Iguaçu."


Texto Anterior: História: Índia repete a ameaça que fez a diretor da Eletronorte em 1989
Próximo Texto: Índios: Funai critica ataque a engenheiro da Eletrobrás
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.