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Estratégia de governistas prevê ataque à oposição nos Estados
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Aliados do governo no Senado ainda buscam uma forma de
evitar o funcionamento da CPI
da Petrobras, que pode passar
pela tática de deixá-la sem quórum para tocar seus trabalhos,
emperrando por exemplo a
eleição de presidente e relator.
Para essa tática funcionar, os
governistas querem colar na
oposição a imagem de que ela
estaria contra a estatal, prejudicando investimentos nos Estados, além de estar querendo
investigar a empresa por conta
de interesses contrariados.
Acuada, a oposição manteria
suas críticas à Petrobras, mas
não faria grande esforço para
fazer a CPI funcionar.
Tucanos e democratas acusaram o golpe e ontem já reclamavam da estratégia governista. "Disseram em Pernambuco
que eu, Marco Maciel [DEM] e
Jarbas Vasconcellos [PMDB]
somos irresponsáveis porque
queremos investigar irregularidades na refinaria Abreu e Lima. É desespero", disse o senador Sérgio Guerra (PSDB-PE).
Para os aliados, o senador
Tasso Jereissati (PSDB) defende a CPI motivado pela recusa
da Petrobras em investir numa
siderúrgica no Ceará. No Rio
Grande do Norte, a família do
senador Agripino Maia (DEM)
tem negócios com a estatal.
"É um argumento infantil,
mesmo porque a Petrobras não
pode mexer no contrato do deputado Felipe Maia [filho de
Agripino e deputado federal]
até agosto de 2011", afirmou o
líder do DEM no Senado, que
inicialmente aceitou o acordo
do governo de fazer uma audiência com o presidente da estatal antes de criar a CPI.
A decisão de deixar para a
próxima semana a definição
dos membros da CPI já faz parte dessa estratégia, retardando
ao máximo a instalação de fato
da comissão. O PMDB quer
aguardar a volta de Lula para
discutir com ele o melhor caminho a ser adotado na CPI. Lula
chega amanhã a Brasília.
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