São Paulo, sexta-feira, 22 de maio de 2009

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Estratégia de governistas prevê ataque à oposição nos Estados

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Aliados do governo no Senado ainda buscam uma forma de evitar o funcionamento da CPI da Petrobras, que pode passar pela tática de deixá-la sem quórum para tocar seus trabalhos, emperrando por exemplo a eleição de presidente e relator.
Para essa tática funcionar, os governistas querem colar na oposição a imagem de que ela estaria contra a estatal, prejudicando investimentos nos Estados, além de estar querendo investigar a empresa por conta de interesses contrariados. Acuada, a oposição manteria suas críticas à Petrobras, mas não faria grande esforço para fazer a CPI funcionar.
Tucanos e democratas acusaram o golpe e ontem já reclamavam da estratégia governista. "Disseram em Pernambuco que eu, Marco Maciel [DEM] e Jarbas Vasconcellos [PMDB] somos irresponsáveis porque queremos investigar irregularidades na refinaria Abreu e Lima. É desespero", disse o senador Sérgio Guerra (PSDB-PE).
Para os aliados, o senador Tasso Jereissati (PSDB) defende a CPI motivado pela recusa da Petrobras em investir numa siderúrgica no Ceará. No Rio Grande do Norte, a família do senador Agripino Maia (DEM) tem negócios com a estatal.
"É um argumento infantil, mesmo porque a Petrobras não pode mexer no contrato do deputado Felipe Maia [filho de Agripino e deputado federal] até agosto de 2011", afirmou o líder do DEM no Senado, que inicialmente aceitou o acordo do governo de fazer uma audiência com o presidente da estatal antes de criar a CPI.
A decisão de deixar para a próxima semana a definição dos membros da CPI já faz parte dessa estratégia, retardando ao máximo a instalação de fato da comissão. O PMDB quer aguardar a volta de Lula para discutir com ele o melhor caminho a ser adotado na CPI. Lula chega amanhã a Brasília.


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