São Paulo, sexta-feira, 22 de maio de 2009

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Manifestantes atacam tucanos em ato contra CPI da Petrobras

DA SUCURSAL DO RIO

Cerca de 2.500 integrantes de movimentos sociais ligados à base governista realizaram ontem uma passeata contra a CPI da Petrobras no centro do Rio. A manifestação, que contou ainda com a participação de políticos do PT, terminou com um abraço simbólico ao prédio da empresa. A avenida Rio Branco, uma das principais da cidade, chegou a ser interditada ao trânsito de veículos.
Afinados com o discurso do presidente Lula, que, na semana passada, chamou o PSDB de "pouco patriota" por criar a CPI, manifestantes empunharam faixas e entoaram palavras de ordem acusando a oposição de querer deixar a estatal em uma situação vulnerável para então privatizá-la.
De cima de um carro de som, sindicalistas gritavam: "Sai seu tucano, sai seu ladrão, larga a Petrobras, que é patrimônio da nação". Depois, a expressão "seu tucano" foi substituída pelo nome do governador de São Paulo, José Serra, possível candidato do PSDB nas eleições presidenciais de 2010.
Um dos deputados petistas presentes, Antonio Carlos Biscaia (RJ), disse que a CPI é "irresponsável" e "desnecessária". "Se há fato concreto, vamos investigar através do Ministério Público e do Tribunal de Contas", defendeu.
A presidente da UNE (União Nacional dos Estudantes), Lúcia Stumpf, criticou o uso político da comissão e disse que ela vai "contra os interesses do povo". Segundo Stumpf, a entidade decidiu participar do protesto porque "sempre se mobilizou em defesa de um projeto nacional capaz de sustentar a educação do país".
"Esse projeto de desenvolvimento passa pelo petróleo brasileiro", disse. ela
Já o coordenador-geral da FUP (Federação Única dos Petroleiros), João Antonio de Moraes, afirmou que a criação da CPI é "uma reação de setores que não querem que o Brasil tenha o controle sobre o pré-sal".
"A CPI é obra de quem quer entregar nosso petróleo a multinacionais. Ela cria embaraço para a empresa justamente no momento em que ela busca recursos para o pré-sal", disse.
Ele afirmou que a ideia da entidade, que organizou a passeata ao lado da CUT (Central Única dos Trabalhadores), da CTB (Central de Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil), da CNQ (Confederação Nacional do Ramo Químico), da UNE e do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), é fazer novas manifestações em defesa da empresa e da mudança da lei do petróleo.
"Vamos fazer uma reedição da campanha "O Petróleo é Nosso", que tomou as ruas do país no fim da década de 40", disse ele, referindo-se à mobilização que culminou na criação da Petrobras na década de 50.


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