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Manifestantes atacam tucanos em ato contra CPI da Petrobras
DA SUCURSAL DO RIO
Cerca de 2.500 integrantes
de movimentos sociais ligados
à base governista realizaram
ontem uma passeata contra a
CPI da Petrobras no centro do
Rio. A manifestação, que contou ainda com a participação de
políticos do PT, terminou com
um abraço simbólico ao prédio
da empresa. A avenida Rio
Branco, uma das principais da
cidade, chegou a ser interditada
ao trânsito de veículos.
Afinados com o discurso do
presidente Lula, que, na semana passada, chamou o PSDB de
"pouco patriota" por criar a
CPI, manifestantes empunharam faixas e entoaram palavras
de ordem acusando a oposição
de querer deixar a estatal em
uma situação vulnerável para
então privatizá-la.
De cima de um carro de som,
sindicalistas gritavam: "Sai seu
tucano, sai seu ladrão, larga a
Petrobras, que é patrimônio da
nação". Depois, a expressão
"seu tucano" foi substituída pelo nome do governador de São
Paulo, José Serra, possível candidato do PSDB nas eleições
presidenciais de 2010.
Um dos deputados petistas
presentes, Antonio Carlos Biscaia (RJ), disse que a CPI é "irresponsável" e "desnecessária".
"Se há fato concreto, vamos investigar através do Ministério
Público e do Tribunal de Contas", defendeu.
A presidente da UNE (União
Nacional dos Estudantes), Lúcia Stumpf, criticou o uso político da comissão e disse que ela
vai "contra os interesses do povo". Segundo Stumpf, a entidade decidiu participar do protesto porque "sempre se mobilizou em defesa de um projeto
nacional capaz de sustentar a
educação do país".
"Esse projeto de desenvolvimento passa pelo petróleo brasileiro", disse. ela
Já o coordenador-geral da
FUP (Federação Única dos Petroleiros), João Antonio de Moraes, afirmou que a criação da
CPI é "uma reação de setores
que não querem que o Brasil tenha o controle sobre o pré-sal".
"A CPI é obra de quem quer
entregar nosso petróleo a multinacionais. Ela cria embaraço
para a empresa justamente no
momento em que ela busca recursos para o pré-sal", disse.
Ele afirmou que a ideia da entidade, que organizou a passeata ao lado da CUT (Central Única dos Trabalhadores), da CTB
(Central de Trabalhadores e
Trabalhadoras do Brasil), da
CNQ (Confederação Nacional
do Ramo Químico), da UNE e
do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra),
é fazer novas manifestações em
defesa da empresa e da mudança da lei do petróleo.
"Vamos fazer uma reedição
da campanha "O Petróleo é
Nosso", que tomou as ruas do
país no fim da década de 40",
disse ele, referindo-se à mobilização que culminou na criação
da Petrobras na década de 50.
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