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Casal que viu senador não terá sigilo quebrado
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério Público decidiu
ontem restringir o número das
quebras de sigilo bancário solicitadas pela Polícia Federal no inquérito que apura o suposto envolvimento do presidente do Senado, Jader Barbalho (PMDB-PA), em uma negociação irregular com Títulos da Dívida Agrária.
O delegado Luís Fernando Ayres Machado, que preside o inquérito, encaminhou à Justiça Federal um pedido para quebrar o
sigilo bancário do ex-banqueiro
Serafim de Moraes, de sua mulher, Vera Arantes, do fazendeiro
Vicente Pedrosa da Silva e da esposa dele, Diana de Paula.
Mas o Ministério Público decidiu deixar de fora o casal Vera e
Serafim. "Eles não são acusados
de nada e estão colaborando espontaneamente", disse o procurador-geral da República, Geraldo Brindeiro, explicando ainda
que a redução das quebras vai agilizar as investigações.
A decisão de excluir os dois nomes do pedido original da PF foi
tomada ontem, depois de uma
reunião de Brindeiro com o delegado Machado e o procurador
Luiz Augusto Lima, do Ministério
Público Federal em Brasília.
Lima foi o responsável pelo inquérito sobre a fazenda Paraíso,
cuja desapropriação irregular gerou os 55,2 mil TDAs comprados
pelo casal Vera e Serafim.
O procurador não pediu a quebra do sigilo do fazendeiro Pedrosa. Quatro réus foram condenados no processo, que se encontra
em fase de recurso. Entre eles, o
fazendeiro Pedrosa, para quem a
Justiça impôs a pena de seis anos
de prisão e uma multa de 750 salários mínimos.
Jader, que na época da desapropriação era Ministro da Reforma
Agrária, foi excluído dos autos.
Em 1988, Vera e seu marido compraram do fazendeiro Pedrosa as
TDAs resultantes da desapropriação da Paraíso. Numa conversa
reproduzida pela revista "IstoÉ",
a partir de uma gravação feita pelo advogado Gildo Ferraz, eles dizem que viram Pedrosa entregar a
Jader, no saguão do hotel Hilton,
em São Paulo, em 12 de dezembro
de 1988, o cheque dado como pagamento da transação.
(ANDRÉA MICHAEL)
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