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Maluf busca acordo dentro do PP
DA REPORTAGEM LOCAL
O ex-prefeito Paulo Maluf (PP)
busca um acordo no partido para
manter sua candidatura à Prefeitura de São Paulo. Apesar da convenção no domingo ter homologado sua participação na disputa,
ele tenta ainda o apoio do presidente municipal do PP, o deputado federal Celso Russomanno.
O deputado disse que a convenção foi feita à revelia da direção
municipal e que a "verdadeira"
será realizada no próximo domingo. "Ou eles fazem a convenção comigo ou o partido corre o
risco de não ter candidato", afirmou Russomanno, que também
se colocou como pré-candidato.
O grupo malufista não descarta
a possibilidade de participar de
outra convenção, mas usará esta
semana para tentar demover Russomanno. Na correlação de forças
internas, Maluf leva vantagem.
Apesar de não ter o apoio do presidente local do PP, o ex-prefeito
conta com a fidelidade da maioria
dos membros da comissão.
Advogados eleitorais ouvidos
pela Folha informaram que apenas o presidente municipal, ainda
que seja de uma comissão provisória, como é o caso de Russomanno, pode convocar e assinar o
livro de ata reconhecido pelo TRE
(Tribunal Regional Eleitoral).
Sem isso, dizem, qualquer adversário de Maluf poderia pedir a impugnação de sua candidatura.
Uma possibilidade de fazer valer a convenção do último domingo seria uma intervenção no diretório municipal pelo presidente
estadual do PP, Vadão Gomes,
nomeando um novo presidente.
"Não queremos chegar a esse
extremo", afirmou Gomes.
A Executiva Nacional do PP deverá receber hoje o relatório parcial da comissão de ética que analisa as denúncias contra Maluf,
que é investigado pelo Ministério
Público por suposto superfaturamento de obras e remessa irregular de dinheiro para o exterior.
Maluf diz que as denúncias contra ele são falsas. Segundo advogados, as atuais acusações não são
suficientes para enterrar a candidatura dele. Isso apenas ocorreria
se Maluf tivesse uma condenação
judicial definitiva, o que não tem.
Maluf deverá divulgar hoje o resultado do exame grafotécnico
sobre a carta supostamente escrita por ele, na qual transfere o saldo de conta na Suíça para outra
em Londres. O teste, feito a pedido dele pelo Instituto Del Picchia,
deverá descartar a possibilidade
de Maluf ter escrito o documento.
O ex-prefeito nega ter contas no
exterior e contratou o instituto na
semana passada para provar que
a carta não foi escrita por ele.
Em relação à assinatura no final,
o resultado não será conclusivo.
Apesar de semelhança com a de
Maluf, o laudo deverá apontar para a impossibilidade de confirmar
a autenticidade quando o documento analisado é uma fotocópia.
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