São Paulo, terça-feira, 22 de junho de 2004

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Maluf busca acordo dentro do PP

DA REPORTAGEM LOCAL

O ex-prefeito Paulo Maluf (PP) busca um acordo no partido para manter sua candidatura à Prefeitura de São Paulo. Apesar da convenção no domingo ter homologado sua participação na disputa, ele tenta ainda o apoio do presidente municipal do PP, o deputado federal Celso Russomanno.
O deputado disse que a convenção foi feita à revelia da direção municipal e que a "verdadeira" será realizada no próximo domingo. "Ou eles fazem a convenção comigo ou o partido corre o risco de não ter candidato", afirmou Russomanno, que também se colocou como pré-candidato.
O grupo malufista não descarta a possibilidade de participar de outra convenção, mas usará esta semana para tentar demover Russomanno. Na correlação de forças internas, Maluf leva vantagem. Apesar de não ter o apoio do presidente local do PP, o ex-prefeito conta com a fidelidade da maioria dos membros da comissão.
Advogados eleitorais ouvidos pela Folha informaram que apenas o presidente municipal, ainda que seja de uma comissão provisória, como é o caso de Russomanno, pode convocar e assinar o livro de ata reconhecido pelo TRE (Tribunal Regional Eleitoral). Sem isso, dizem, qualquer adversário de Maluf poderia pedir a impugnação de sua candidatura.
Uma possibilidade de fazer valer a convenção do último domingo seria uma intervenção no diretório municipal pelo presidente estadual do PP, Vadão Gomes, nomeando um novo presidente.
"Não queremos chegar a esse extremo", afirmou Gomes.
A Executiva Nacional do PP deverá receber hoje o relatório parcial da comissão de ética que analisa as denúncias contra Maluf, que é investigado pelo Ministério Público por suposto superfaturamento de obras e remessa irregular de dinheiro para o exterior.
Maluf diz que as denúncias contra ele são falsas. Segundo advogados, as atuais acusações não são suficientes para enterrar a candidatura dele. Isso apenas ocorreria se Maluf tivesse uma condenação judicial definitiva, o que não tem.
Maluf deverá divulgar hoje o resultado do exame grafotécnico sobre a carta supostamente escrita por ele, na qual transfere o saldo de conta na Suíça para outra em Londres. O teste, feito a pedido dele pelo Instituto Del Picchia, deverá descartar a possibilidade de Maluf ter escrito o documento.
O ex-prefeito nega ter contas no exterior e contratou o instituto na semana passada para provar que a carta não foi escrita por ele.
Em relação à assinatura no final, o resultado não será conclusivo. Apesar de semelhança com a de Maluf, o laudo deverá apontar para a impossibilidade de confirmar a autenticidade quando o documento analisado é uma fotocópia.


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