São Paulo, quinta-feira, 22 de junho de 2006

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA

Para fechar aliança, Lula oferece vaga de vice ao PSB

Eduardo Campos é cotado para a vaga; acordo daria ao petista mais tempo na TV

Composição na chapa, antes ofertada ao PMDB, sofre resistências de Ciro, no PSB, e de petistas, que preferem manutenção de José Alencar


KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ofereceu ao PSB a vaga de vice em sua chapa para tentar selar aliança formal com o aliado histórico. Uma coligação oficial significaria mais tempo de TV no horário eleitoral (cerca de oito minutos).
A oferta foi feita anteontem por um emissário de Lula ao deputado Eduardo Campos (PE), presidente do PSB e cotado para a vaga. Lula prefere Ciro Gomes, mas disse a Campos que não veta ninguém. A oferta foi confirmada por dois auxiliares diretos do presidente.
Campos disse que falaria com dirigentes do PSB. Deve dar resposta a Lula hoje. O partido teme que o apoio formal o impeça de cumprir a cláusula de barreira (5% dos votos válidos). A oferta da vaga, porém, ajudaria a remover obstáculos à aliança formal, disseram dirigentes do PSB. "Só vamos correr risco em relação à cláusula de barreira se tivermos o vice", disse um dirigente da legenda.
Há resistências no PT a um vice do PSB, sobretudo a Ciro. Os petistas preferem repetir a dobradinha com José Alencar (PRB). A cúpula do PSB prefere que Ciro concorra a deputado federal para ajudar o partido a cumprir a cláusula de barreira.
O tempo de TV no horário eleitoral gratuito, que começará em 18 de agosto, é considerado fundamental por Lula, principalmente se a campanha for acirrada. O presidente e seus principais auxiliares avaliam ainda que uma aliança sem o PSB transmitiria a imagem de isolamento. Há ainda entraves para fechar aliança com o PC do B. O PRB de Alencar seria outro partido da coligação.
O argumento do tempo de TV seria usado por Lula na conversa com Alencar, a quem tem gratidão. O mineiro mostra insatisfação com a forma como a vaga de vice vem sendo negociada. Primeiro, o Lula a ofereceu ao PMDB, que recusou. Agora, a vaga virou moeda de troca por tempo de TV.
O perfil hoje mais cotado para ser o tesoureiro da campanha de Lula é o de um governador ou prefeito petista que possa se licenciar. O comando do PT aventou a possibilidade de a função ser assumida pelo governador Jorge Viana (AC) ou pelo prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel. Ambos, porém, alegam dificuldades.


Texto Anterior: Imprensa: STF vai decidir sobre diploma obrigatório para jornalistas
Próximo Texto: São Paulo 1: Após veto do PSDB, Quércia diz que vai disputar governo
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.