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ELEIÇÕES 2006 / PRESIDÊNCIA
Para fechar aliança, Lula oferece vaga de vice ao PSB
Eduardo Campos é cotado para a vaga; acordo daria ao petista mais tempo na TV
Composição na chapa, antes ofertada ao PMDB, sofre resistências de Ciro, no PSB, e de petistas, que preferem manutenção de José Alencar
KENNEDY ALENCAR
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva ofereceu ao PSB a vaga de vice em sua chapa para
tentar selar aliança formal com
o aliado histórico. Uma coligação oficial significaria mais
tempo de TV no horário eleitoral (cerca de oito minutos).
A oferta foi feita anteontem
por um emissário de Lula ao
deputado Eduardo Campos
(PE), presidente do PSB e cotado para a vaga. Lula prefere Ciro Gomes, mas disse a Campos
que não veta ninguém. A oferta
foi confirmada por dois auxiliares diretos do presidente.
Campos disse que falaria
com dirigentes do PSB. Deve
dar resposta a Lula hoje. O partido teme que o apoio formal o
impeça de cumprir a cláusula
de barreira (5% dos votos válidos). A oferta da vaga, porém,
ajudaria a remover obstáculos à
aliança formal, disseram dirigentes do PSB. "Só vamos correr risco em relação à cláusula
de barreira se tivermos o vice",
disse um dirigente da legenda.
Há resistências no PT a um
vice do PSB, sobretudo a Ciro.
Os petistas preferem repetir a
dobradinha com José Alencar
(PRB). A cúpula do PSB prefere
que Ciro concorra a deputado
federal para ajudar o partido a
cumprir a cláusula de barreira.
O tempo de TV no horário
eleitoral gratuito, que começará em 18 de agosto, é considerado fundamental por Lula, principalmente se a campanha for
acirrada. O presidente e seus
principais auxiliares avaliam
ainda que uma aliança sem o
PSB transmitiria a imagem de
isolamento. Há ainda entraves
para fechar aliança com o PC do
B. O PRB de Alencar seria outro
partido da coligação.
O argumento do tempo de
TV seria usado por Lula na conversa com Alencar, a quem tem
gratidão. O mineiro mostra insatisfação com a forma como a
vaga de vice vem sendo negociada. Primeiro, o Lula a ofereceu ao PMDB, que recusou.
Agora, a vaga virou moeda de
troca por tempo de TV.
O perfil hoje mais cotado para ser o tesoureiro da campanha de Lula é o de um governador ou prefeito petista que possa se licenciar. O comando do
PT aventou a possibilidade de a
função ser assumida pelo governador Jorge Viana (AC) ou
pelo prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel. Ambos,
porém, alegam dificuldades.
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