São Paulo, sexta-feira, 22 de junho de 2007

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Senador diz que processo é "esquizofrênico"

Presidente do Senado declara novamente que não vai renunciar ao cargo nem ao mandato; "não arredarei o pé", afirma

Renan afirma que não tem mais nenhuma pressa no fim do caso: "Prazo era para fazer as provas. A partir daí, não é problema meu"


SILVIO NAVARRO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Um dia depois de sofrer derrota no Conselho de Ética e ver a pressão para que deixe o cargo chegar ao ápice, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), afirmou ontem que "não arredará o pé", classificou o processo que enfrenta como "esquizofrênico" e prometeu reagir contra aqueles que "querem levar o Senado à crise institucional".
"Não permitirei que levem o Senado a uma crise institucional. Não arredarei o pé", disse, sem nomear a quem se referia.
Em tom de desabafo, Renan disse estar sendo bombardeado diariamente "com assuntos que não tem nada a ver com o decoro parlamentar".

Questão gramatical
"Esse processo é esquizofrênico. Estamos vivendo uma crise com ataques diários, com assuntos que não têm nada a ver com o decoro. Havia dito que essa coisa de renúncia não era parte do meu dicionário, mas é mais do que isso, mais do que uma questão gramatical, é de personalidade", disse o senador Renan Calheiros.
Questionado sobre a reabertura das investigações no Conselho de Ética e a demora para o desfecho do processo, Renan Calheiros disse que "não tem mais nenhuma preocupação com prazos".
"Prazo era para fazer as provas. A partir daí, não é problema meu, é do conselho". Anteontem, ele havia cobrado pressa na resolução do processo e trabalhou para que o Conselho de Ética encerrasse a questão, o que não ocorreu. Sobre a ida ao conselho, foi econômico nas palavras, transferindo a responsabilidade ao colegiado de senadores: "Coloquei-me à disposição".
Ainda sobre o desenrolar do processo de investigação, ele também declarou que "não seguirá estratégia de ninguém" e tentou emendar um discurso de demonstração de força. "Estou disposto a enfrentar qualquer coisa para que prevaleça a verdade", afirmou.

Abandonado
Com sua base política ruindo na Casa, Renan negou estar se sentindo abandonado e mandou um recado para os seus aliados. "Não preciso que ninguém me defenda, o que me defenderá sempre é a verdade", disse Renan.
"O apoio que tenho recebido tem me trazido muito conforto, as pessoas me procuram, telefonam, falam da tribuna. Estou recebendo o conforto e o apoio que sempre esperei receber", completou.
"Não vou permitir que devassem a vida de senadores. Expus as minhas vísceras, mas as minhas, a dos senadores não permitirei", completou.
Ele também descartou articulações para a escolha do novo relator do caso no conselho. "Não tenho nenhuma preocupação com isso. É problema do conselho", afirmou.
Renan encerrou a entrevista rebatendo rumores de que estaria ameaçando, nos bastidores, contar fatos incômodos sobre a vida de senadores.
"Ameaças e insinuações não fazem parte da minha personalidade. Quem convive comigo sabe bem disso", disse.


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