São Paulo, terça-feira, 22 de julho de 2008

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Novo delegado da PF assume caso Dantas com equipe extra

Ricardo Saadi, que substitui Protógenes Queiroz, recebeu cerca de 30 agentes de Brasília

Há seis anos na polícia, novo comandante da Satiagraha desarticulou grupo de doleiros que movimentou US$ 30 mi de forma irregular


Robson Bertolino/G1.com.br
O delegado Ricardo Saadi, novo chefe da Operação Satiagraha

LILIAN CHRISTOFOLETTI
DA REPORTAGEM LOCAL

O novo delegado da Operação Satiagraha, Ricardo Saadi, 32, assumiu ontem o comando da investigação com o reforço de aproximadamente 30 agentes designados pelo comando da Polícia Federal.
Com o reforço, que chegou ontem a São Paulo, Saadi contará com um efetivo de cerca de 50 policiais que o ajudarão a analisar cerca de uma tonelada de papéis apreendidos nas casas e escritórios do banqueiro Daniel Dantas, do investidor Naji Nahas, do ex-prefeito Celso Pitta e de mais 21 pessoas.
Paulista de Vargem Grande do Sul, Saadi está há seis anos na corporação. Ele se destacou na Operação Kaspar, que desarticulou grupos de doleiros envolvidos na movimentação de US$ 30 milhões no mercado paralelo de câmbio.
Formado em direito e em economia, Saadi é hoje o chefe da Delegacia de Repressão a Crimes Financeiros da Polícia Federal em São Paulo.
A indicação do delegado para o lugar do seu colega Protógenes Queiroz, que já investigava o grupo há pelo menos quatro anos, foi aprovada pelo Ministério Público Federal e pela Justiça Federal.
Saadi é especialista no combate a evasão de divisas, lavagem de dinheiro e fraudes bancárias, que são a essência da investigação da Satiagraha.

Análise
A missão de Saadi será coordenar a perícia dos documentos apreendidos, resultado das 56 ordens de busca e apreensão cumpridas por cerca de 300 agentes no último dia 8, quando a operação foi deflagrada.
A Satiagraha foi subdivida em quatro inquéritos, que enfocam diferentes crimes.
Num deles, Dantas e dois supostos intermediários, Humberto Braz e Hugo Chicaroni, são acusados de tentar subornar um delegado com US$ 1 milhão para que o nome do banqueiro e de familiares fossem excluídos da investigação. A Justiça já abriu um processo, e os três são réus.
No segundo inquérito, Dantas e outros nove citados foram acusados de suposta gestão fraudulenta e formação de quadrilha por gerir ilegalmente recursos no exterior por meio do banco Opportunity. O banqueiro é alvo ainda de outra investigação, dessa vez, para apurar supostos crimes financeiros.
O quarto inquérito aberto apura eventuais crimes financeiros praticados por um grupo ligado a Naji Nahas e a Pitta.
A conclusão dos trabalhos depende ainda da análise dos documentos apreendidos.


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