São Paulo, terça-feira, 22 de julho de 2008

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Marta e Kassab evocam padrinhos; Alckmin ataca "uso da máquina"

Petista tentou se colar à figura de Lula, e prefeito do DEM, à do tucano Serra; Movimento Nossa São Paulo apresentou 1.500 propostas a candidatos de SP

CATIA SEABRA
DA REPORTAGEM LOCAL

RANIER BRAGON
EM SÃO PAULO

Em um ensaio do que deverá ser a disputa, os principais candidatos à prefeitura evocaram ontem a figura de seus padrinhos em evento sobre propostas para a cidade.
O prefeito Gilberto Kassab (DEM) se proclamou candidato do "querido governador José Serra [PSDB]". Marta Suplicy (PT) recorreu ao presidente Lula. Sem citar Serra, Geraldo Alckmin (PSDB) adotou o discurso de "órfão". Ao falar no evento promovido pelo Movimento Nossa São Paulo, o tucano, num sinal de que se apresenta como o candidato sem apoio da máquina, condenou o aparelhamento partidário.
"Ela [a campanha] não deve ser feita, e é esse um grande desafio, nem com aparelhamento de natureza partidária nem com o fisiologismo, com a utilização da máquina", disse.
Apesar de Alckmin ser do partido do governador, é Kassab quem mais explora seus laços com Serra. "Só falta essa: imaginarmos que, se não for eleito o candidato do PT, o governo federal não vai fazer investimento. Ou se não for eleito, por exemplo, eu, que tenho uma parceria com o governador, ele vai parar de investir. Lógico que não", disse o prefeito, ao responder se a derrota de Marta implicaria redução de investimentos federais.
Marta, por sua vez, acenou com a promessa de recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) para mais que dobrar a rede do metrô e dos corredores de ônibus.
"Para que o trânsito possa fluir tranqüilamente, é preciso investimento grande no metrô e nos corredores de ônibus".
Questionado se via Serra como cabo eleitoral do adversário, Alckmin reagiu irritado: "Nem merece resposta, né?"
O Movimento Nossa São Paulo -que conta com cerca de 500 organizações da sociedade civil- apresentou aos oito candidatos presentes (os outros três teriam recusado o convite) 1.500 propostas reunidas em debate nos últimos quatro meses. O movimento listou dez questões prioritárias, entre elas a redução da desigualdade de indicadores nas subprefeituras.
Cada candidato teve direito a dez minutos de discurso. A gestão Kassab, especialmente o trânsito, foi alvo do ataque. Primeiro a falar, o prefeito não tocou no assunto. Na saída, disse que a prioridade é a área social.
"Não sou insensível ao sofrimento do povo", afirmou Alckmin, enquanto Marta ressaltava a crise no transporte.
Ivan Valente (PSOL) criticou os principais candidatos por, segundo ele, saírem "de pires na mão" atrás de recursos.


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