São Paulo, quinta-feira, 22 de agosto de 2002

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

NO AR

FHC e Tasso mandam beijos

NELSON DE SÁ
EDITOR DA ILUSTRADA

Com tucanos como FHC e Tasso Jereissati por companheiros, José Serra não precisa de adversários.
A farsa da carta de Tasso, se afastando da campanha do PSDB, veio no tempo exato de sustentar outro espetáculo dele, o do jogo que armou com Ricardo Teixeira, da CBF.
Os telejornais mostraram Ciro Gomes, a quem Tasso mandou beijos em pleno Jornal Nacional, recebendo a camisa 23 das mãos do atacante Kaká -que cuidou de destacar o número de Ciro para as câmeras.
O jogador do São Paulo não sabe o que perdeu por se meter em política partidária. Ele pode ter afundado sua imagem, o que Ronaldo e outros evitaram, mas o candidato de Tasso deve ter somado vários votos no Estado que mais vem cortejando, São Paulo.
Por outro lado, enquanto armava a cena para Tasso, dizendo que "a seleção é de todo mundo", Ricardo Teixeira impedia, segundo relatos, a entrada de militantes de outros políticos no estádio.
Mas, vai saber, "o tiro pode ter saído pela culatra", como comentou o âncora Boris Casoy, sublinhando a derrota da seleção diante de um Ciro vestido com a camisa 23.
De sua parte, a Globo destacou o quanto pôde a "decepção" com a seleção, a começar das manchetes do JN.
 
Tasso, do PSDB, prefere o "amigo" a José Serra, do PSDB. FHC, também do PSDB, já começou a semana conversando a sós com Lula, do PT, e assim abrindo caminho para toda sorte de especulação contra Serra. Ontem, foi além.
Do Uruguai, o presidente "elogiou a firmeza das posições de Tasso", segundo a Globo, chegando perto de apoiar a decisão do cearense de trocar o candidato tucano por outro.
E não parou aí. De passagem, FHC fez uma crítica indireta mas bastante clara à campanha de Serra, dizendo ser contra "ataques pessoais".
 
Franklin Martins, enquanto assiste ao teatro da campanha eleitoral, não esquece assuntos tão ou mais importantes, ainda que subterrâneos:
- ACM sofreu uma importante derrota. Foi eleito presidente do Tribunal Regional Eleitoral da Bahia o candidato independente, batendo o nome apoiado por ACM. A nova corregedora do TRE também não reza pela cartilha do carlismo, que há 40 anos controlava a Justiça Eleitoral da Bahia.
Não é pouca coragem, em se tratando do imperador.



Texto Anterior: Minas: Peemedebista tem inserção suspensa
Próximo Texto: Eu Voto em Lula
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.