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NO AR
FHC e Tasso mandam beijos
NELSON DE SÁ
EDITOR DA ILUSTRADA
Com tucanos como FHC e
Tasso Jereissati por companheiros, José Serra não precisa de adversários.
A farsa da carta de Tasso, se
afastando da campanha do
PSDB, veio no tempo exato de
sustentar outro espetáculo dele,
o do jogo que armou com Ricardo Teixeira, da CBF.
Os telejornais mostraram Ciro
Gomes, a quem Tasso mandou
beijos em pleno Jornal Nacional,
recebendo a camisa 23 das mãos
do atacante Kaká -que cuidou
de destacar o número de Ciro
para as câmeras.
O jogador do São Paulo não
sabe o que perdeu por se meter
em política partidária. Ele pode
ter afundado sua imagem, o que
Ronaldo e outros evitaram, mas
o candidato de Tasso deve ter
somado vários votos no Estado
que mais vem cortejando, São
Paulo.
Por outro lado, enquanto armava a cena para Tasso, dizendo que "a seleção é de todo
mundo", Ricardo Teixeira impedia, segundo relatos, a entrada de militantes de outros políticos no estádio.
Mas, vai saber, "o tiro pode ter
saído pela culatra", como comentou o âncora Boris Casoy,
sublinhando a derrota da seleção diante de um Ciro vestido
com a camisa 23.
De sua parte, a Globo destacou o quanto pôde a "decepção"
com a seleção, a começar das
manchetes do JN.
Tasso, do PSDB, prefere o
"amigo" a José Serra, do PSDB.
FHC, também do PSDB, já começou a semana conversando a
sós com Lula, do PT, e assim
abrindo caminho para toda sorte de especulação contra Serra.
Ontem, foi além.
Do Uruguai, o presidente "elogiou a firmeza das posições de
Tasso", segundo a Globo, chegando perto de apoiar a decisão
do cearense de trocar o candidato tucano por outro.
E não parou aí. De passagem,
FHC fez uma crítica indireta
mas bastante clara à campanha
de Serra, dizendo ser contra
"ataques pessoais".
Franklin Martins, enquanto
assiste ao teatro da campanha
eleitoral, não esquece assuntos
tão ou mais importantes, ainda
que subterrâneos:
- ACM sofreu uma importante derrota. Foi eleito presidente do Tribunal Regional
Eleitoral da Bahia o candidato
independente, batendo o nome
apoiado por ACM. A nova corregedora do TRE também não
reza pela cartilha do carlismo,
que há 40 anos controlava a Justiça Eleitoral da Bahia.
Não é pouca coragem, em se
tratando do imperador.
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