|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Ação contra 3 senadores começa amanhã
Senado vai instaurar processos de cassação contra Ney Suassuna (PMDB), Serys Slhessarenko (PT) e Magno Malta (PL)
Prazo para renunciar ao mandato termina às 10h de amanhã; parlamentares já entregaram ao Conselho de Ética suas defesas prévias
FERNANDA KRAKOVICS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Conselho de Ética do Senado vai instaurar processos de
cassação, amanhã, contra Ney
Suassuna (PMDB-PB), Serys
Slhessarenko (PT-MS) e Magno Malta (PL-ES), acusados de
envolvimento com a máfia dos
sanguessugas. Se eles forem
considerados culpados, a pena
máxima a que estão sujeitos é a
perda do mandato.
O presidente do Conselho de
Ética, senador João Alberto
(PMDB-MA), quer concluir as
investigações até o dia 26 de setembro, ou seja, antes das eleições. Suassuna é candidato à
reeleição, enquanto Serys concorre ao governo de Mato Grosso. O mandato do peemedebista é o único que termina no início do próximo ano. O dos outros dois vai até 2011.
Os três parlamentares são
acusados de receber propina
para destinar recursos do Orçamento da União para a aquisição, por prefeituras, de ambulâncias e equipamentos médicos superfaturados.
Eles foram envolvidos no caso depois dos depoimentos à
Justiça Federal e à CPI dos
Sanguessugas de Darcy e Luiz
Antonio Vedoin, donos da Planam, a empresa acusada de pagar propina aos parlamentares.
A CPI dos Sanguessugas pediu
a cassação de 69 deputados federais e de três senadores.
Assessor
Suassuna teria recebido R$
222,5 mil por meio de seu ex-assessor Marcelo Carvalho.
Magno Malta teria utilizado
um carro dado ao deputado Lino Rossi (PP-MT) pela família
Vedoin. Além disso, há cópia de
um cheque de R$ 50 mil com a
anotação "Magno Mata (sic)"
que teria sido repassado a ele.
Vedoin afirma ter pago ao genro de Serys R$ 35 mil.
O senador Demóstenes Torres (PFL-GO) foi convidado para ser relator no Conselho de Ética do processo contra Serys.
Ela telefonou para o pefelista,
na semana passada, pedindo
que ele relatasse o seu caso. Até
o fechamento desta edição, o
presidente do conselho não havia divulgado o nome dos outros dois relatores. Demóstenes já afirmou que quer ouvir
Luiz Antonio Vedoin no Conselho de Ética.
Os senadores têm até as 10h
da próxima quarta-feira para
renunciar ao mandato e se livrar da inelegibilidade por oito
anos decorrente de uma eventual cassação. Eles entregaram
ao Conselho de Ética suas defesas prévias e, na sessão da próxima quarta-feira, cada relator
apresentará seu plano de trabalho. Os três negam envolvimento com a quadrilha dos sanguessugas.
A senadora Serys anexou à
sua defesa seus sigilos bancário, fiscal e telefônico, apesar de
a acusação afirmar que a suposta propina de R$ 35 mil foi recebida por meio de seu genro Paulo Ribeiro.
Parecer
Ao final do período de instrução dos processos, os relatores
terão prazo de cinco sessões
para apresentar um parecer,
que pode ser pela procedência
das acusações ou pelo arquivamento dos casos.
Se a representação feita pela
CPI dos Sanguessugas for acolhida pelos relatores e a pena
proposta for de perda de mandato, o parecer do Conselho de
Ética é encaminhado para a
CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), que deverá analisar no prazo de cinco sessões se
a peça é constitucional. Só depois desse trâmite é que os processos vão para o plenário, onde o voto é secreto.
O presidente do conselho
chegou a sinalizar que arquivaria os processos, mas foi pressionado pela oposição e por seu
próprio grupo político. Ele é
candidato a vice-governador na
chapa encabeçada pela senadora Roseana Sarney (PFL-MA),
que é favorita ao governo do Estado. A família Sarney reclamou com ele que a atitude poderia afetar a campanha.
Colaborou ALAN MARQUES , da Sucursal de
Brasília
Texto Anterior: Janio de Freitas: No bom caminho Próximo Texto: Gustavo Ioschpe: Se merecem Índice
|