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ELEIÇÕES 2006 / CANDIDATOS NA FOLHA
Cabral defende uso do Exército contra a violência no Rio
Peemedebista disse que já iniciou conversas com os militares para reforçar segurança no Estado, mas evitou falar do governo Rosinha
Candidato fugiu à pergunta sobre contratos do governo do PMDB com organizações de fachada e não falou da terceirização de servidores
ELVIRA LOBATO
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
Em situações que definiu como "inquietantes", como a que
São Paulo enfrenta desde maio,
com as ações do PCC (Primeiro
Comando da Capital), o candidato a governador do Rio pelo
PMDB, Sérgio Cabral Filho,
não hesitaria em pedir ajuda ao
Exército. A declaração foi dada
ontem, no primeiro dia das sabatinas da Folha com os candidatos ao governo fluminense.
Senador pelo Rio de Janeiro,
Cabral Filho, 43, disse que a
atuação dos militares do Exército, caso haja a necessidade de
ir para as ruas, será "ostensiva". Na sabatina, o candidato
afirmou que já tem conversado
com militares sobre a participação do Exército na segurança pública do Estado caso seja
eleito. Na semana passada, ele
disse ter se reunido com generais no CML (Comando Militar
do Leste).
SEGURANÇA
Indagado sobre como pretende reverter o crescimento
da criminalidade no Estado,
onde em oito anos a incidência
de furtos a pedestres passou de
76,6 para 229 casos por 100 mil
habitantes, ele respondeu que
adotará uma política de integração das polícias Civil, Militar, Federal e Rodoviária Federal e com as Forças Armadas e
guardas municipais.
Cabral Filho disse que já iniciou conversações com o CML
e com o prefeito do Rio, Cesar
Maia (PFL). A troca de informações e a articulação com outras polícias foi também a saída
apontada por ele para reduzir a
violência policial. O candidato
citou a modernização da delegacias como ponto positivo da
gestão do casal Garotinho na
área da segurança.
EXÉRCITO
Cabral Filho defendeu que,
"em momentos de inquietude"
como os recentemente ocorridos em São Paulo, não hesitaria
em pedir à ajuda do Exército.
Para ele, as tropas militares,
caso o governo federal envie o
Exército para as ruas do Rio, terão quer atuação uma atuação
"ostensiva": "Não teria dúvidas
em solicitar o apoio do Exército". Ele disse que, por meio do
CML, o Exército se prontificou
a dar cursos a policiais militares e civis do Estado do Rio.
TERCEIRIZAÇÃO
O candidato fugiu à pergunta
sobre o crescimento da terceirização da mão-de-obra no funcionalismo no governo Rosinha Matheus e sobre contratos firmados entre governo estadual
e ONGs, a maioria de fachada,
ligadas a doadores da fracassada pré-campanha de Anthony
Garotinho à Presidência da República. Limitou-se a dizer que
defende a transparência dos
gastos públicos e que, se eleito,
reduzirá despesas de custeio da
máquina administrativa, que
considera excessivas.
MENSALÃO
Em relação aos parlamentares acusados de envolvimento
com o mensalão e com a máfia
das sanguessugas, disse que é
favorável à cassação do mandato e à responsabilização criminal dos que tiverem comprovada responsabilidade.
AUSÊNCIA NO SENADO
Negou que tenha faltado a
52% das votações, conforme reportagem da Folha. Atribuiu
sua alta abstenção em votações
ao fato de o Senado votar grande número de matérias que
considera irrelevantes, como
nomes de embaixadores. Alegou que esteve presente à votação de todas as matérias importantes, como a reforma da
Previdência, a reforma tributária e a Lei de Falências.
PROPAGANDA
Caso se eleja, Cabral Filho
disse que não fará propaganda
institucional. "Vou mudar o foco do conceito de publicidade
no Estado. Acho uma barbaridade [a forma como se faz a publicidade oficial hoje]. Isso vale
para âmbito federal, estadual e
municipal. Assim não dá." O senador disse que "propaganda
tem que ser conscientização,
campanha em relação ao respeito à mulher, ao respeito ao
idoso, à questão de saúde pública, das drogas, o respeito às minorias, a civilidade, a questão
do trânsito, o respeito à limpeza das cidade". "Eu tenho esse
compromisso. Nossa publicidade não terá samba-exaltação
em momento algum. Acho até
que o povo já está cansado desse tipo de samba-exaltação."
IDEOLOGIA
"Social democrata." Assim se
definiu ideologicamente o candidato sabatinado. Ele disse
que defende o mercado, mas
que não abre mão da figura do
Estado regulador. "O Estado
tem o seu papel de gestor direto
na educação, na saúde, na segurança e na atração de setores
privados para parcerias." Ele
contou que começou na política no "velho PCB". "O Partidão,
que foi uma bela escola de formação política." Passou para o
MDB e depois para o PSDB.
Anos depois, voltou ao PMDB.
PATRIMÔNIO PESSOAL
O candidato a governador do
PMDB não quis se estender sobre a casa de veraneio em Mangaratiba (a 70 km do Rio). Ele
declarou à Justiça que a casa
vale R$ 200 mil. "Quando decidir vendê-la eu te procuro. Não
pretendo vendê-la, mas se decidir, vou te procurar", disse ao
autor da pergunta.
Pressionado a falar sobre o
imóvel, que valeria bem mais,
ele decidiu encerrar a conversa
sobre o tema: "Não tenho nada
a falar sobre esse assunto".
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