São Paulo, quarta-feira, 22 de agosto de 2007

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Advogados de defesa dizem que procurador generaliza acusações

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Advogados dos principais escritórios do país que estão desde ontem em Brasília para fazer a defesa dos 40 denunciados no caso mensalão vão tentar evitar a abertura de processo criminal com o argumento de que o Ministério Público não detalhou individualmente as supostas condutas delituosas.
A Folha ouviu entre anteontem e ontem advogados de 26 dos 40 acusados. Um discurso corrente é o de que o procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, generalizou acusações.
"A denúncia não descreve nenhuma conduta específica de meu cliente. Faz 55 referências a um "núcleo de Marcos Valério [acusado de ser o operador do esquema], ao qual ele estaria ligado, mas não individualiza nada", diz Hermes Vilchez Guerrero, advogado de Ramon Hollerbach, sócio em uma das empresas acusadas.
Quase todos os advogados dizem que seus clientes não comparecerão ao Supremo, com duas exceções. Luiz Francisco Barbosa, que defende Roberto Jefferson, disse que seu cliente está saindo de uma cirurgia no olho, mas pode comparecer. Barbosa diz que em sua defesa oral detalhará opinião de que o STF não conseguirá concluir processo antes das prescrições.
A denúncia lista oito crimes em que os 40 acusados estariam enquadrados, com penas que vão de um a 12 anos, mais multa. Uma sentença de cinco anos estaria prescrita se ocorresse cinco anos após o recebimento da denúncia.
O advogado Délio Lins e Silva afirmou que um de seus clientes, Antonio Lamas -acusado de ser um dos receptores dos recursos no PL (hoje PR)-, comparecerá ao tribunal por estar "muito indignado". Alguns dos escritórios de defesa foram contratados por vários clientes ao mesmo tempo -como é o caso do escritório do ex-ministro da Justiça José Carlos Dias, que representa quatro dirigentes do banco Rural.
Já o ex-tesoureiro do PT Delúbio Soares é assistido pelos escritórios de advocacia de Arnaldo Malheiros Filho e Celso Vilardi, de São Paulo.
Muitos dos advogados tentarão mostrar que seus clientes não podem ser enquadrados nos crime que são acusados. (RANIER BRAGON)


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