São Paulo, quarta-feira, 22 de agosto de 2007

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

PT deve considerar apoio a Ciro, diz Lula em jantar

Presidente diz que partido deve priorizar alianças

KENNEDY ALENCAR
VALDO CRUZ
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Em jantar anteontem à noite com os cinco governadores do PT, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu a tese de que o partido deve priorizar alianças com o PMDB, PSB, PDT e PC do B nas eleições de 2008. Assim, disse, teria garantia de governabilidade nos dois anos finais de seu mandato e esse conjunto de forças poderia apresentar uma candidatura presidencial única em 2010.
Lula disse que, se o PT souber reconhecer a importância de alianças, manterá o poder. Mais: afirmou que o partido não deve descartar o apoio a um nome de outra legenda para a cabeça da chapa presidencial e citou como exemplo a possibilidade de eventual suporte a Ciro Gomes (PSB).
De acordo com Lula, será fundamental para as eleições de 2008 que o PT tenha uma nova e forte direção. Chegou a elogiar o atual presidente, Ricardo Berzoini, dizendo que ele cumpria um papel importante. No entanto, deu a entender que deseja um novo presidente.
No final do mês, o PT realizará o seu 3º Congresso. Provavelmente será aprovada a proposta de nova eleição direta para o comando do partido.
A Folha apurou que Lula gostaria de que o ex-governador Jorge Viana (AC) fosse o presidente do PT. No entanto, reconheceu que Viana não teria votos suficientes.
Lula disse que o ministro Luiz Dulci (Secretaria Geral) não quer e ponto. Avaliou que o ex-ministro Olívio Dutra é um nome que não significaria renovação. Disse que o ex-senador José Eduardo Dutra (SE) deseja concorrer a prefeito de Aracaju no ano que vem. Lula falou também da possibilidade de o assessor especial para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia, comandar a sigla, mas avalia que a missão espinhosa como presidente exigiria muito resistência física.
Lula fez uma brincadeira sobre 2010 com Sergio Gabrielli, presidente da Petrobras. Disse que, quando deixar o Palácio do Planalto, seu desejo é suceder Gabrielli no comando da estatal, uma referência ao alto salário pago pela Petrobras.
No segundo mandato, foi a primeira reunião de Lula com os cinco governadores do PT: Jaques Wagner (BA), Marcelo Déda (SE), Wellington Dias (PI), Ana Júlia (PA) e Binho Marques (AC). Estavam presentes ainda os ministros Dilma Rousseff (Casa Civil) e Franklin Martins (Comunicação Social), e outros auxiliares.
Lula pediu ajuda para aprovar a prorrogação da CPMF. Foi claro ao dizer que a União não aceitará dividir recursos com os governadores, sob pena de comprometer os investimentos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento).


Texto Anterior: Ausência: Operado de catarata no Rio, Jefferson não irá à sessão do STF
Próximo Texto: Elio Gaspari: As greves de médicos beiram o crime
Índice



Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.