DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), ministro Carlos Ayres Britto, afirmou que enviaria ainda ontem ofício ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, requisitando o apoio das Forças Armadas na segurança da cidade do Rio de Janeiro durante as eleições municipais deste ano.
Segundo Ayres Britto, a data do envio e o número do efetivo será definido pelo Ministério da Defesa. Ontem mesmo, o ministro da pasta, Nelson Jobim, e o presidente do TSE estiveram juntos, tratando dos últimos detalhes. Eles já vinham conversando há mais de 12 dias sobre o caso, segundo o presidente do tribunal.
Ayres Britto afirmou que está definido que as tropas deverão atuar em 20 "áreas sensíveis" da capital fluminense, entre favelas e locais específicos em Caxias, Nilópolis, São Gonçalo e Nova Iguaçu, todas localizadas na região metropolitana do Rio.
O tribunal calcula em 1 milhão o total de pessoas que estariam protegidas pelo "mutirão" de segurança que será formado no Rio.
As Forças Armadas deverão atuar em conjunto com as polícias do Rio, Federal e Rodoviária Federal. O ministro da Justiça, Tarso Genro, disse recentemente, após reunião com Ayres Britto e com o presidente do TRE (Tribunal Regional Eleitoral) do Rio, Roberto Wider, que a PF e a PRF estavam à "inteira disposição".
Ontem, Wider disse que as localidades consideradas "sensíveis" variam de 5 mil a 200 mil habitantes, como a favela da Rocinha. Ele também afirmou que qualquer confronto será "lamentável".
"A principal idéia é inibir a ação das milícias e do narcotráfico. Se houver confronto será lamentável", comentou.
O presidente do TRE fluminense também disse que ainda vai analisar a possibilidade de proibir que os eleitores entrem nas cabines de votação com seus telefones celulares para evitar o uso de aparelhos com máquinas fotográficas que poderiam registrar o voto.


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