São Paulo, sábado, 22 de agosto de 2009

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Marina e o PSOL

Nada será assumido publicamente por ora, mas, nos bastidores do congresso partidário que termina amanhã em São Paulo, as principais lideranças do PSOL dão como provável a candidatura de Heloísa Helena ao Senado e como bastante possível o apoio da sigla a Marina Silva, que deverá disputar o Planalto pelo PV.
Tudo depende, dizem os "psois", de para onde caminhar a candidatura de Marina na pré-campanha: se a senadora construir um leque de alianças que lhe permita ser uma "terceira via", a entrada do PSOL no barco é quase certa; se, no entanto, ela se caracterizar como linha auxiliar do campo demo-tucano, a sigla ficaria sem discurso para se encaixar no projeto.




Foco. O discurso de Heloísa Helena está totalmente voltado para o projeto de retornar ao Senado. Ela tem repetido que sua prioridade no momento é "combater as oligarquias" de Alagoas, personificadas em "Collor e Renan".

Forcinha. Apesar de ter se desentendido com Aloizio Mercadante (PT-SP) no dia em que o Conselho de Ética salvou José Sarney (PMDB-AP), Ideli Salvatti (PT-SC) ajudou a costurar com o ministro José Múcio (Relações Institucionais) o pedido de Lula para que ele se mantivesse na liderança da bancada.

A fórceps. Depois de evitar ao longo de toda a quinta-feira atender os telefonemas de Mercadante, Lula foi convencido de que sua saída manteria acesa a crise. Só então aceitou pedir para que ele ficasse.

Luz, câmera... Senadores da oposição que telefonaram para Mercadante na noite de anteontem relataram que o petista já havia desistido de sua "renúncia irrevogável". Apenas esperava uma carta redigida pelo ministro Luiz Dulci (Secretaria Geral da Presidência) e assinada por Lula para ler em plenário.

Que dia! Não bastasse a avalanche de mensagens de protesto enviadas por anônimos via Twitter, Mercadante ainda foi alvo de Ricardo Berzoini. Também no microblog, o presidente do PT criticou os que "adoram" ir à tribuna falar dos projetos do governo, mas "amarelam" na hora de enfrentar a oposição.

Fui. Presidente do PSDB, Sérgio Guerra preparou carta à Mesa Diretora renunciando à cadeira no Conselho de Ética, que na quarta enterrou, além dos pedidos de investigação contra Sarney, o caso do tucano Arthur Virgílio.

Irrevogáveis. No balaio dos atos secretos que vão sendo validados a conta gotas por Sarney, há mais de 4 mil cargos criados de forma irregular. Mesmo se os atos fossem públicos, cargos podem ser criados apenas por resolução.

Tempo! A bancada do DEM na Câmara instalou um calendário para contar os 27 dias que restam à Casa Civil para responder ao requerimento do líder Ronaldo Caiado (GO), que pede acesso aos vídeos do sistema de câmeras internas do Palácio do Planalto no período em que a ex-secretária da Receita Lina Vieira afirma ter se reunido com a ministra Dilma Rousseff.

Rei morto... Nem bem deu adeus ao PMDB de Geddel Vieira Lima, Jaques Wagner (PT) começa a tratar o PP do líder na Câmara, Mário Negromonte, como aliado vip.

... rei posto. Com espaço maior no primeiro escalão do governo baiano, o PP já pleiteia uma das vagas ao Senado na chapa reeleitoral de Wagner. O PT, que tem postulantes ao cargo, está pacífico agora que não disputa mais com o PMDB espaços no governo.

Costura. Pré-candidato ao governo de Goiás, Marconi Perillo (PSDB) participou de reunião do PTB-GO pilotada pelo líder do partido na Câmara, Jovair Arantes. Com o aval de Roberto Jefferson, a sigla deve apoiar o senador.

Tiroteio

"O Mercadante disse que ouviu a Dilma, o Palocci, o Zé Dirceu e toda a turma do mensalão. Então só faltaram os aloprados do dossiê."

De RICARDO MONTORO (PSDB-SP), secretário paulistano de Participação e Parceria, sobre a lista de pessoas que teriam procurado o senador petista para convencê-lo a revogar a "decisão irrevogável" de renunciar à liderança do partido.

Contraponto

Ponto de vista

O presidente da Câmara, Michel Temer (PMDB-SP), convidou os deputados dias atrás para uma reunião no plenário sobre a gripe suína. Logo de saída, Ricardo Zonta (PP-SC) foi ao microfone pedir aos colegas que a gripe A (H1N1) não fosse ali denominada "suína", sob o conhecido argumento de que isso poderia causar injustificada prevenção contra o consumo da carne de porco.
-Quero pedir desculpas a todos os produtores, pois isso realmente é uma discriminação- disse Temer.
Flávio Dino (PC do B-MA) brincou de protestar:
-Presidente, e como fica a discriminação contra os suínos? Isso caracteriza crime ambiental...


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