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Planalto diz que não há registro de visitas do fim do ano passado
Imagens são apagadas a cada 30 dias, segundo governo, e com isso será impossível comprovar reunião que Lina diz ter tido com Dilma
Gabinete de Segurança diz que não há também lista com nomes de autoridades; Demóstenes afirma que "estão mentindo de novo"
SIMONE IGLESIAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo informou ontem
que não há imagens, registros
de placas de carros nem de autoridades que estiveram no Palácio do Planalto no final do
ano passado.
Com isso, segundo nota do
GSI (Gabinete de Segurança
Institucional), será impossível
provar as afirmações da ex-secretária da Receita Federal Lina Vieira de que participou de
encontrou reservado com Dilma Rousseff no final de 2008.
Na ocasião, segundo Lina, a
ministra da Casa Civil lhe pediu
que concluísse rapidamente investigação do fisco nas empresas da família de José Sarney
(PMDB-AP). Dilma nega.
O GSI diz que o período médio de armazenamento das
imagens do circuito interno é
de 30 dias. Depois, novas imagens são gravadas por cima, como prevê o contrato de 2004
com a empresa de segurança.
Em depoimento, Lina disse
que entrou pela garagem subterrânea, apresentou-se a um
vigilante na porta do elevador e
teve acesso liberado.
Segundo o GSI, o órgão responsável pela segurança do
Planalto também não faz uma
lista de placas e pessoas que
têm ou tiveram acesso ao local.
No caso dos carros que acessam a garagem com autoridades ou convidados, é feito apenas um reconhecimento visual.
O motorista que atendia Lina
na Receita, Warley Soares, afirmou, em entrevista ao jornal
"O Globo", que levou a ex-secretária ao Palácio do Planalto
em diversas oportunidades.
Parte-se então para a segunda fase do controle: quando o
visitante é ministro, deputado
ou senador, é dispensado de
credencial, tendo autorização
imediata para acessar o prédio.
Quando não há audiência
agendada, o convidado recebe
um adesivo que lhe dá acesso.
Mas, segundo o GSI, não existe
lista, só uma anotação com o
nome da pessoa e qual órgão a
receberá, que não é guardada.
O terceiro caso de entrada
pela garagem é quando o visitante não tem agendamento
prévio ou o aviso não foi enviado ao subsolo. A consulta é feita
por telefone e, se autorizado, o
visitante recebe o adesivo.
Há um único caso de registro
de nomes: quando o convidado
ou a autoridade entram acompanhados por um assessor. O
nome desse assessor é anotado.
Nessa lista, o GSI diz que "não
foi encontrado o nome de Lina
Vieira" nos meses de novembro
e dezembro de 2008. Porém,
ela diz ter ido sozinha.
Há dez dias, o GSI deu resposta à Folha que diverge das
explicações: "A divulgação solicitada esbarra na necessidade
de ser preservado o direito de
privacidade, seja dos visitantes,
seja das autoridades ou outros
agentes públicos visitados".
Após a divulgação da nota
ontem, a oposição disse que vai
pedir explicações ao ministro
do GSI, general Jorge Felix. O
senador Demóstenes Torres
(DEM-GO) disse, em entrevista ao "Jornal Nacional", que, se
as declarações forem verdadeiras, o presidente Lula "corre
sérios riscos" e "deveria demitir todo mundo". "Estão mentindo novamente, com o único
objetivo de não enfrentarem as
declarações de Lina Vieira."
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