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CGU vê erros em patrocínios da Petrobras
Relatório enviado à CPI diz que ONGs beneficiadas não comprovaram gastos; estatal diz que melhorou métodos
FERNANDA ODILLA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Nota técnica da CGU (Controladoria Geral da União) concluída nesta semana apontou
uma série de irregularidades
em contratos de patrocínio da
Petrobras com organizações
não governamentais.
O relatório, encaminhado à
CPI da Petrobras, listou problemas em todos os oito contratos de patrocínio analisados,
firmados entre 2001 e 2008. As
entidades receberam um total
de R$ 5,6 milhões.
A maior dificuldade dos técnicos foi encontrar notas fiscais
que comprovassem os gastos.
"Mesmo dentro desse quadro
de desordem organizacional, a
associação fiscalizada teve suas
contas aprovadas e novos recursos financeiros liberados
pela Petrobras, sem que comprovasse sua plena utilização
conforme definido nos contratos", diz o documento da CGU,
citando entidade que não comprovou o uso do dinheiro na fabricação de telhas ecológicas e
coleta seletiva de lixo.
Uma das entidades recebeu
R$ 477 mil para dar cursos a
mulheres carentes em Santo
Amaro (BA). As despesas foram
comprovadas com notas fiscais
de empresas da filha e do marido presidente da ONG.
Além de não localizarem as
sedes dessas empresas, os técnicos identificaram recibos de
serviço prestado com data de
1996, dez anos antes do contrato com a Petrobras. Nesse caso,
a própria estatal já havia decidido não prorrogar o contrato.
À CGU, a Petrobras disse que
fiscaliza as ações e que auditoria interna já havia detectado
deficiências e que teria aprimorado os métodos de controle.
Outros papéis que chegaram
à CPI dão conta que a Petrobras
não atendeu às solicitações do
TCU (Tribunal de Contas da
União) de enviar informações
sobre as obras da refinaria
Abreu e Lima (PE).
O TCU enfatiza que a estatal
obstruiu uma auditoria de maio
deste ano. "Para se ter uma visão da magnitude da obstrução/sonegação imposta pela
Petrobras, de um total de R$
15,7 bilhões, a equipe do TCU
teve acesso às planilhas de apenas R$ 3,9 bilhões do empreendimento", diz.
A Petrobras admite que descumpriu o prazo para entregar
a documentação solicitada pelo
TCU, mas nega ter sonegado
informação e obstruído o trabalho dos auditores.
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