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Derrotadas são as que se opõem a acordo, diz Jobim
DA COLUNISTA DA FOLHA
O ministro da Defesa, Nelson
Jobim, disse ontem que as reações contrárias ao acordo Brasil-França para a construção de
um submarino de propulsão
nuclear partem de "lobistas de
empresas derrotadas". Apesar
de ele não ter citado nenhum
país, assessores seus atribuem
as acusações ao lobby alemão.
Segundo Jobim, o contrato
com a França será assinado no
dia Sete de Setembro e significa
a compra de quatro submarinos convencionais Scorpène, a
construção de base e estaleiro
em Itaguaí (RJ) e a transferência de tecnologia para a execução de um submarino de propulsão nuclear brasileiro.
"Nós não fechamos o acordo
com a Alemanha porque este
país tem limitações por tratados internacionais, depois da
Segunda Guerra Mundial, de
transferir a tecnologia que nós
precisamos", disse Jobim.
Ele acrescentou que o acordo
com a França dispensa a transferência de tecnologia de reatores e de enriquecimento de urânio, porque o Brasil já as detém.
O valor do pacote francês é de
6.790.862,142 com pagamento em 20 anos e considerado alto pelos críticos do acordo. Jobim rebate dizendo que o Scorpène "atende a todas as especificações técnicas do nosso projeto e foi aprovado por quem
entende do assunto, que é a
Marinha do Brasil".
Outro ponto criticado é o fato de o pacote ter saído pronto
da França embutindo a participação da construtora Norberto
Odebrecht, sem licitação. Segundo Jobim, "quem vai construir a base e o estaleiro é a
França, que estudou as propostas e as mais adequadas para fazer o submarino aqui".
O acordo com a França foi
feito com a estatal DCNS e inclui também a compra de helicópteros. A Alemanha reagiu
mal e protesta cada vez mais
agressivamente.
Em carta enviada ao presidente Lula no ano passado, o
grupo alemão ThyssenKrupp
cobrou um compromisso brasileiro: o de que compraria submarinos com ele em troca da
construção de uma siderúrgica
no Rio. Os alemães dizem que
fizeram a parte deles e reclamam que o Brasil roeu a corda.
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