São Paulo, domingo, 22 de setembro de 2002

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OUTRO LADO

Empresário e petistas se negam a dar entrevista

DA REPORTAGEM LOCAL

A Folha procurou os personagens envolvidos nas relações entre o grupo Niquini e as prefeituras administradas pelo PT, mas eles não concordaram em dar entrevistas.
O diretor-presidente das empresas de ônibus do grupo, Willian Ali Chaim, foi procurado durante dez dias e não quis dar entrevista. Ele afirmou que não iria falar antes da resolução do conflito entre as empresas que administra e a São Paulo Transporte, que rescindiu seus contratos com as viações.
Em entrevistas anteriores, porém, Chaim negou que sua decisão de trabalhar para Romero Niquini signifique algum beneficiamento para as empresas do grupo por causa de suas ligações com a cúpula petista.
Em julho, quando questionado sobre comentários de empresários segundo os quais Niquini queria se aproximar do PT e ele poderia funcionar como canal, Chaim disse que não acreditava nessa possibilidade "porque um empresário da envergadura do Niquini não precisa do Chaim para se aproximar de quem quer que seja".
O secretário municipal dos Transportes, Carlos Zarattini, também negou que as empresas de Niquini tivessem benefícios pelo fato de contratarem Chaim. "Não estamos tomando nenhuma decisão para melhor ou para pior em relação a eles por causa da presença do Chaim. A relação é ruim enquanto os serviços são ruins", disse. Há 15 dias, a secretaria rompeu esses contratos.
Romero Niquini também foi procurado pela reportagem durante toda a semana. Sua secretária limitou-se a anotar os números dos telefones dos repórteres e disse que o empresário entraria em contato depois, o que não ocorreu. O mesmo aconteceu com Wagner de Almeida Vieira, responsável pelas empresas de lixo do grupo.
Procurado pela Folha na sexta-feira, o secretário de Governo da Prefeitura de São Paulo, Rui Falcão, não ligou de volta. Desde que Chaim assumiu a presidência das empresas de Niquini, Falcão não se pronunciou a respeito. Chaim, no entanto, já negou que o secretário tenha exercido alguma influência sobre sua decisão, que considera estritamente pessoal.
O presidente nacional do PT, José Dirceu, foi procurado por meio de sua assessoria, que disse que tentaria manter contato com o deputado, pois estava no Rio. A assessoria também não ligou de volta.


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