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Empresário ganhou licitação de Barjas em MT
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PIRACICABA
A Cicat, construtora do empresário Abel Pereira -apontado pela família Vedoin como
operador da máfia sanguessuga
na Saúde em 2002, na gestão
Barjas Negri-, venceu licitação
de R$ 495 mil em 18 de dezembro de 2002 para executar
obras em hospital de Jaciara
(MT). Barjas foi sucessor de José Serra no ministério e era tido
como seu braço-direito.
O dinheiro foi pago à prefeitura por convênio com o Ministério da Saúde. Foi construída a
nova ala do hospital, inaugurada em 2004, que não funciona
por problemas como vazamentos no telhado e piso solto.
O dinheiro não foi todo à Cicat, construtora e pavimentadora sediada em Piracicaba
(SP), onde Barjas é hoje prefeito. O convênio também compreendia a aquisição de 81 equipamentos hospitalares, a R$
135 mil -licitação vencida pela
empresa Manoel Vilela de Medeiros, apontada pela PF como
laranja da Planam. Não foram
entregues 19 equipamentos,
como cadeiras de rodas, monitor de pressão e escadas.
A Cicat venceu a licitação na
gestão de Valdizete Martins
Nogueira (PPS) na Prefeitura
de Jaciara. Valdizete foi apontado pelos Vedoin como beneficiário, a pedido de Abel, de depósito em agência do Banco do
Brasil de dinheiro de ambulâncias superfaturadas.
À Folha, na terça-feira, Valdizete confirmou ter recebido
"grana" de Abel, mas não soube
dizer quantia ou motivo. Ele
confirmou ser amigo de Abel e
que o ajudou a vender fazenda
em Jaciara em 2002. Ontem,
Valdizete não foi localizado.
Vistoria técnica realizada entre junho e julho por fiscais da
Saúde nas obras do Hospital
Cristo Redentor, em Jaciara,
constatou irregularidades.
O relatório de 2 de agosto
constatou que "o projeto de arquitetura executado apresenta-se totalmente em desacordo
com o aprovado" e "a obra não
atende os requisitos técnicos
exigidos para as edificações".
Em Piracicaba, empresas da
família de Abel venceram ao
menos 37 licitações desde
2005, no total de R$ 10,7 milhões, para executar obras na
cidade. A Câmara Municipal
criou comissão para apurar as
licitações.
(MAURÍCIO SIMIONATO)
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