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Fórum Nacional discute pacto pós-eleição
Coordenadores de programas de governo participaram de evento promovido por João Paulo dos Reis Velloso
SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO
A união de partidos e políticos após a eleição deste ano foi
discutida ontem por coordenadores dos programas de governo de quatro candidatos à Presidência reunidos pelo Fórum
Nacional, idealizado e conduzido no Rio pelo ex-ministro
João Paulo dos Reis Velloso.
Participaram do evento o
candidato do PDT à Presidência, Cristovam Buarque, que é o
autor de seu programa; o candidato a vice pelo PSOL, César
Benjamin; o novo coordenador
da campanha do presidente
Luiz Inácio Lula da Silva (PT),
Marco Aurélio Garcia; e João
Carlos Meirelles, representante de Geraldo Alckmin (PSDB).
Reis Velloso apresentou seu
texto "Projeto de Brasil - Opções de País e Opções de Desenvolvimento", que traz "uma
visão estratégica do país e do
desenvolvimento, com o objetivo de propor opções" e criar
"estratégias e políticas que as
implementem". Ministro de
Garrastazu Médici e Ernesto
Geisel, Reis Velloso realiza o
Fórum Nacional desde 1988.
O cientista político e economista César Benjamin disse estar angustiado com os rumos
da campanha e do país. "Qual o
sentido de existir o Brasil? O
que nos une? Somos uma sociedade cada vez mais desunida. É
preciso decifrar esse enigma.
Que desenvolvimento interessa e quanto custa?" Ele propôs
aos presentes que partidos e lideranças se unam: "Tem que
ser um pacto entre nós. Nós já
fomos muito longe nessa crise".
Ao apoiar a tese de união de
Benjamin ("falta capacidade de
união"), Cristovam previu que,
se os governos não melhorarem a educação básica, o Brasil
viverá uma "grande catástrofe
social": "No dia em que o crime
organizado se unir aos pobres e
excluídos, no dia em que as
bombas barulhentas do PCC se
unirem às bombas silenciosas
dos estômagos dos pobres [haverá] ou uma rebelião generalizada ou o genocídio explícito
ou uma ditadura imposta para
fazer o que estou defendendo
ou para garantir o privilégio
dos que estão em cima", disse.
Marco Aurélio Garcia não falou sobre a proposta. Disse que
os expositores que o antecederam "estão na oposição", cujo
"discurso é distinto de quem
está no governo". Admitiu que
"este país precisa de mudanças" por ser a "continuidade de
um longo processo de concentração de renda e de poder" e
que "essas mazelas de nosso
país vão exigir paciência".
Meirelles preferiu expor algumas das propostas de governo do candidato, como o combate à corrupção e a priorização
do desenvolvimento e geração
de empregos. Meirelles identificou uma "profunda convergência entre os quatro candidatos": "A divergência que ocorre
é em relação à abordagem dos
temas". Para o tucano, os governantes não têm sido competentes para "montar um modelo harmônico de crescimento".
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