São Paulo, sexta-feira, 22 de setembro de 2006

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Fórum Nacional discute pacto pós-eleição

Coordenadores de programas de governo participaram de evento promovido por João Paulo dos Reis Velloso

SERGIO TORRES
DA SUCURSAL DO RIO

A união de partidos e políticos após a eleição deste ano foi discutida ontem por coordenadores dos programas de governo de quatro candidatos à Presidência reunidos pelo Fórum Nacional, idealizado e conduzido no Rio pelo ex-ministro João Paulo dos Reis Velloso.
Participaram do evento o candidato do PDT à Presidência, Cristovam Buarque, que é o autor de seu programa; o candidato a vice pelo PSOL, César Benjamin; o novo coordenador da campanha do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), Marco Aurélio Garcia; e João Carlos Meirelles, representante de Geraldo Alckmin (PSDB).
Reis Velloso apresentou seu texto "Projeto de Brasil - Opções de País e Opções de Desenvolvimento", que traz "uma visão estratégica do país e do desenvolvimento, com o objetivo de propor opções" e criar "estratégias e políticas que as implementem". Ministro de Garrastazu Médici e Ernesto Geisel, Reis Velloso realiza o Fórum Nacional desde 1988.
O cientista político e economista César Benjamin disse estar angustiado com os rumos da campanha e do país. "Qual o sentido de existir o Brasil? O que nos une? Somos uma sociedade cada vez mais desunida. É preciso decifrar esse enigma. Que desenvolvimento interessa e quanto custa?" Ele propôs aos presentes que partidos e lideranças se unam: "Tem que ser um pacto entre nós. Nós já fomos muito longe nessa crise".
Ao apoiar a tese de união de Benjamin ("falta capacidade de união"), Cristovam previu que, se os governos não melhorarem a educação básica, o Brasil viverá uma "grande catástrofe social": "No dia em que o crime organizado se unir aos pobres e excluídos, no dia em que as bombas barulhentas do PCC se unirem às bombas silenciosas dos estômagos dos pobres [haverá] ou uma rebelião generalizada ou o genocídio explícito ou uma ditadura imposta para fazer o que estou defendendo ou para garantir o privilégio dos que estão em cima", disse.
Marco Aurélio Garcia não falou sobre a proposta. Disse que os expositores que o antecederam "estão na oposição", cujo "discurso é distinto de quem está no governo". Admitiu que "este país precisa de mudanças" por ser a "continuidade de um longo processo de concentração de renda e de poder" e que "essas mazelas de nosso país vão exigir paciência".
Meirelles preferiu expor algumas das propostas de governo do candidato, como o combate à corrupção e a priorização do desenvolvimento e geração de empregos. Meirelles identificou uma "profunda convergência entre os quatro candidatos": "A divergência que ocorre é em relação à abordagem dos temas". Para o tucano, os governantes não têm sido competentes para "montar um modelo harmônico de crescimento".


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