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JUSTIÇA ELEITORAL
Tucano também não poderá exibir imagens de programa petista
Serra perde tempo na TV por associar PT e guerrilha
SILVANA DE FREITAS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O TSE (Tribunal Superior Eleitoral) autorizou o PT a usar um
minuto e meio do tempo de inserções da propaganda do adversário, José Serra (PSDB), para se defender da acusação de que o partido no Rio Grande do Sul exaltou a
atuação das Farc, forças revolucionárias da Colômbia.
O PT, o candidato do partido à
Presidência, Luiz Inácio Lula da
Silva, e o governo do Rio Grande
do Sul pediram direito de resposta contra esse ataque. A decisão
do TSE atende somente o partido,
porque os ministros entenderam
que a resposta do PT contemplaria o interesse de todos. Serão três
inserções de 30 segundos ou seis
de 15 segundos.
Em julgamento realizado ontem à noite, o TSE também proibiu a campanha de Serra (PDSB)
de repetir a cena de mulheres grávidas exibida originalmente pelo
programa de Lula. Os ministros
consideraram que o tucano violou direito autoral ao expor as
imagens sem autorização.
Na versão tucana, o texto do
compositor Chico Buarque favorável a Lula foi substituído por
uma locução elogiosa a Serra.
Entretanto o TSE negou a condenação de Serra à perda de 26
minutos de inserções, o tempo
em dobro que ele teria gasto veiculando essas cenas. Diariamente
tanto ele quanto Lula tem 7 minutos e meio. Se fosse condenado, ficaria praticamente sem inserção
até sexta-feira, o último dia da
propaganda gratuita.
O tribunal julgou ontem mais
de 20 representações sobre propaganda presidencial, a grande
maioria movida por Lula, petistas, administrações do PT ou o
próprio partido contra o tucano.
Regina Duarte
Em relação ao depoimento da
atriz Regina Duarte sobre o medo
do eventual governo Lula, os ministros entenderam que ele ficou
limitado à crítica política.
Também foram negadas ontem
representações contra os seguintes ataques da campanha tucana:
crítica à administração do PT no
Rio Grande do Sul no episódio da
fábrica da Ford, suposta redução
dos investimentos com segurança
naquele Estado, acusações contra
a Prefeitura de São Paulo e vinculação de Lula ao presidente da Venezuela, Hugo Chávez.
Desde o dia 14, quando começou a propaganda do segundo
turno, o TSE recebeu 36 processos, dos quais 30 são contra o tucano. A maioria é pedido de direito de resposta. Os outros seis foram movidos por Serra e questionam principalmente a aparição
de Lula em programas de candidatos do PT a governador.
A administração petista do Rio
Grande do Sul motivou 16 representações contra a propaganda
tucana. Somente em uma delas,
que deve ser julgada hoje, Lula pede dez minutos do tempo do concorrente.
O direito de resposta é concedido quando os ministros entendem que a crítica extrapolou o
campo do debate político e implicou ofensa ao adversário.
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