São Paulo, terça-feira, 22 de outubro de 2002

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Comitê tucano atrasa pagamento de dívidas

WLADIMIR GRAMACHO
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

ANDRÉA MICHAEL
EM SÃO PAULO

Fornecedores da campanha eleitoral do presidenciável tucano, José Serra, temem não receber pelos serviços prestados. A maioria dos pagamentos está atrasada. O presidente do comitê financeiro do PSDB, Márcio Fortes (RJ), reconheceu ontem que "a campanha perdeu volume [financeiro]". Mas disse que "todos os compromissos assumidos serão pagos".
Na semana passada, 36 empresas que alugaram outdoors para Serra registraram protesto de R$ 672 mil na Serasa (Centralização de Serviços dos Bancos). No primeiro turno, 2.100 outdoors foram contratados em todo o país. Ao todo, o serviço custaria mais de R$ 5 milhões. Sem dinheiro para quitar a conta dos primeiros três meses de campanha, o comitê decidiu não fazer propaganda em outdoors no segundo turno.
Quem também deixou de prestar serviços à campanha de Serra foi a produtora de eventos Bia Aydar. Responsável por montar showmícios, contratar artistas e distribuir brindes em eventos, ela deixou a campanha na semana passada por falta de dinheiro. "Não teríamos muito tempo para eventos no segundo turno e também não temos dinheiro para grandes comícios", disse Fortes.
As duas empresas contratadas para produzir os programas de TV, Teleimage e GW, têm pagamentos em atraso. Uma empresa de mídia eletrônica está tentando receber fatura de R$ 200 mil.
O publicitário Nizan Guanaes, que coordena a campanha no rádio e na TV, ameaçou deixar o cargo há 15 dias por atrasos nos pagamentos. Segundo fornecedores, Nizan tem bancado do próprio bolso as despesas com funcionários e equipamentos.
Só o custo nas viagens do candidato, até a semana passada, somava uma pendência de R$ 3,9 milhões. O valor está em discussão com a credora, a Líder Táxi Aéreo.
A crise levou o coordenador de programa de governo de Serra, Luiz Paulo Velloso Lucas, a ter de insistir muito para conseguir R$ 60 mil do comitê para bancar o show de encerramento da campanha da vice Rita Camata (PMDB).
A grande vantagem do PT nas pesquisas desestimula as doações a Serra. Na reta final, os tucanos recorreram à ajuda informal do embaixador Andrea Matarazzo para falar com empresários.


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