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DISTRITO FEDERAL
Impedido de usar nome do presidenciável para tentar alavancar votos, governador critica petista e elogia Serra
Com vitória de Lula, MST pára o país, diz Roriz
SANDRO LIMA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Impedido pelo Tribunal Regional Eleitoral de divulgar material
de campanha que vincule sua
candidatura à de Luiz Inácio Lula
da Silva e de continuar usando a
frente Lula-Roriz, o governador
do Distrito Federal, Joaquim Roriz (PMDB), candidato à reeleição, mudou de tática e atacou o
presidenciável petista no debate
de ontem na rádio CBN.
"Se o Lula ganhar a eleição, no
primeiro dia de seu mandato o
MST [Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra] vai invadir todas as fazendas produtivas e parar o país", disse Roriz ao candidato do PT ao governo do DF,
Geraldo Magela, no debate.
Magela respondeu dizendo que
Roriz é fabricante de boatos e de
terrorismo e que Lula terá a oportunidade de rebater quando estiver em Brasília para participar de
ato da campanha. Lula participa
hoje de carreata em Taguatinga.
Nos últimos debates, Roriz elogiou Lula. Na semana passada
aceitou a sugestão do PL-DF de
abrir um comitê Lula-Roriz com
o objetivo de tentar alavancar sua
candidatura e obter parte da expressiva votação de Lula no DF.
Porém, com a decisão do TRE,
que considerou a frente Lula-Roriz ilegal pelo fato de os candidatos serem de coligações diferentes, acatando pedido do PT, Roriz
suspendeu a tática de se aproximar de Lula e voltou a atacá-lo.
"Eu apóio José Serra [presidenciável tucano". É um homem sério, culto e que conhece os problemas do país. Não pense que, se
Lula ganhar, vá resolver todos os
problemas do DF e conseguir recursos para todos os programas
propostos por Magela. O país não
tem condições de ajudar os Estados", disse Roriz.
Sem ter um nome nacional de
peso para ajudar na conquista dos
votos, Roriz decidiu manter as
aparências e declarar apoio a Serra. Porém, apesar de ter reafirmado seu apoio ao tucano no debate
de ontem, nos bastidores Roriz
instruiu seus militantes a pedir
voto apenas para ele.
Grilagem
A partir das denúncias de envolvimento de Roriz em um suposto
esquema de grilagem de terras, o
comando de campanha de Serra
resolveu afastá-lo do governador.
Roriz pediu a presença de Serra
no DF para lançar a campanha de
segundo turno, mas só conseguiu,
com muita pressão, ter Serra por
15 minutos no palanque.
Acusações sobre grilagem de
terras públicas envolvendo os
candidatos foram o principal tema do debate na CBN, com bate-bocas seguidos e interrupções nas
respostas. Magela disse que o
atual governo acoberta a grilagem
e que por isso não tem autoridade
para coibir crimes.
O governador disse que Magela
é amigo de Fernando Rios, ex-assessor do petista que teria recebido R$ 330 mil para aprovar um
condomínio irregular. Magela
disse que não tem mais contato
com Rios.
O TJDF (Tribunal de Justiça do
Distrito Federal) suspendeu ontem decisão da 2ª Vara de Fazenda Pública que proibiu Roriz de
distribuir lotes de terra. A proibição foi motivada por um pedido
do Ministério Público, que concluiu que a doação de lotes estava
sendo feita sem a existência de
uma lei que a regulamentasse.
A decisão do TJDF também extingue a ação civil pública do Ministério Público com pedido de
improbidade administrativa de
Roriz por suposta doação de lotes
em troca de votos. No debate na
CBN, Roriz disse que vai dar lotes
para quem nasceu em Brasília ou
mora há cinco anos na cidade e
que não vai cobrar nada por isso.
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