São Paulo, terça-feira, 22 de outubro de 2002

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DISTRITO FEDERAL

Impedido de usar nome do presidenciável para tentar alavancar votos, governador critica petista e elogia Serra

Com vitória de Lula, MST pára o país, diz Roriz

SANDRO LIMA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Impedido pelo Tribunal Regional Eleitoral de divulgar material de campanha que vincule sua candidatura à de Luiz Inácio Lula da Silva e de continuar usando a frente Lula-Roriz, o governador do Distrito Federal, Joaquim Roriz (PMDB), candidato à reeleição, mudou de tática e atacou o presidenciável petista no debate de ontem na rádio CBN.
"Se o Lula ganhar a eleição, no primeiro dia de seu mandato o MST [Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra] vai invadir todas as fazendas produtivas e parar o país", disse Roriz ao candidato do PT ao governo do DF, Geraldo Magela, no debate.
Magela respondeu dizendo que Roriz é fabricante de boatos e de terrorismo e que Lula terá a oportunidade de rebater quando estiver em Brasília para participar de ato da campanha. Lula participa hoje de carreata em Taguatinga.
Nos últimos debates, Roriz elogiou Lula. Na semana passada aceitou a sugestão do PL-DF de abrir um comitê Lula-Roriz com o objetivo de tentar alavancar sua candidatura e obter parte da expressiva votação de Lula no DF.
Porém, com a decisão do TRE, que considerou a frente Lula-Roriz ilegal pelo fato de os candidatos serem de coligações diferentes, acatando pedido do PT, Roriz suspendeu a tática de se aproximar de Lula e voltou a atacá-lo.
"Eu apóio José Serra [presidenciável tucano". É um homem sério, culto e que conhece os problemas do país. Não pense que, se Lula ganhar, vá resolver todos os problemas do DF e conseguir recursos para todos os programas propostos por Magela. O país não tem condições de ajudar os Estados", disse Roriz.
Sem ter um nome nacional de peso para ajudar na conquista dos votos, Roriz decidiu manter as aparências e declarar apoio a Serra. Porém, apesar de ter reafirmado seu apoio ao tucano no debate de ontem, nos bastidores Roriz instruiu seus militantes a pedir voto apenas para ele.

Grilagem
A partir das denúncias de envolvimento de Roriz em um suposto esquema de grilagem de terras, o comando de campanha de Serra resolveu afastá-lo do governador. Roriz pediu a presença de Serra no DF para lançar a campanha de segundo turno, mas só conseguiu, com muita pressão, ter Serra por 15 minutos no palanque.
Acusações sobre grilagem de terras públicas envolvendo os candidatos foram o principal tema do debate na CBN, com bate-bocas seguidos e interrupções nas respostas. Magela disse que o atual governo acoberta a grilagem e que por isso não tem autoridade para coibir crimes.
O governador disse que Magela é amigo de Fernando Rios, ex-assessor do petista que teria recebido R$ 330 mil para aprovar um condomínio irregular. Magela disse que não tem mais contato com Rios.
O TJDF (Tribunal de Justiça do Distrito Federal) suspendeu ontem decisão da 2ª Vara de Fazenda Pública que proibiu Roriz de distribuir lotes de terra. A proibição foi motivada por um pedido do Ministério Público, que concluiu que a doação de lotes estava sendo feita sem a existência de uma lei que a regulamentasse.
A decisão do TJDF também extingue a ação civil pública do Ministério Público com pedido de improbidade administrativa de Roriz por suposta doação de lotes em troca de votos. No debate na CBN, Roriz disse que vai dar lotes para quem nasceu em Brasília ou mora há cinco anos na cidade e que não vai cobrar nada por isso.



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