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PESQUISA DATAFOLHA
Dos paulistanos que votaram em Maluf, 60% dizem que ele agiu mal ao anunciar apoio à prefeita, contra 28% que apóiam a decisão
Maioria dos malufistas reprova apoio a Marta
DA REPORTAGEM LOCAL
Os eleitores de Paulo Maluf
(PP) não concordam com a decisão política de seu candidato. Entre os que dizem ter votado no ex-prefeito no primeiro turno, 60%
acreditam que ele "agiu mal" ao
declarar apoio a Marta Suplicy
(PT) no segundo turno.
Apenas 28% dos malufistas,
menos de um terço dos 734.580
eleitores que escolheram o ex-prefeito paulistano no primeiro
turno, avaliam que seu candidato
"agiu bem" ao apoiar a petista.
Na segunda-feira, a Justiça aceitou denúncia contra Maluf por
evasão de divisas. Em outra ação,
promotores querem que Maluf e
outros acusados devolvam R$ 5
bilhões aos cofres públicos.
Para justificar seu apoio a Marta, Maluf tem dito que escolheu a
candidata do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o único capaz, segundo o ex-prefeito, de
ajudar a cidade, completamente
engessada financeiramente. Por
esse raciocínio, só os recursos federais poderão ajudar a tocar a
maior cidade do país.
Mesmo assim, a decisão provocou surpresa, uma vez que Maluf
e Marta já trocaram adjetivos
muito pouco abonadores. Na
campanha de 2000, a então candidata chamou o adversário de "nefasto". O ex-prefeito, por seu lado,
classificou a petista de "devassa".
Para atenuar as críticas, Marta
costuma dizer que não pediu o
apoio do adversário, mas que não
recusa o voto de um cidadão.
Além disso, sempre conjectura "o
que o Serra pode ter feito a Maluf"
para que o candidato do PP tenha
decidido apoiá-la, mesmo com
tantas divergências no passado.
Ontem, em entrevista, Maluf
distribuiu até material de campanha para favorecer seu ex-desafeto. Circulam pela cidade 40 kombis com fotos dos dois juntos.
Já o candidato do PSDB utiliza o
apoio malufista a Marta para minar o principal ataque dos petistas
à sua campanha. A campanha da
prefeita liga o vice de Serra, Gilberto Kassab, ao ex-prefeito Celso
Pitta. Para atenuar o efeito dessas
críticas, os tucanos mostram que
o padrinho de Pitta, justamente
Maluf, declarou apoio a Marta.
O anúncio do apoio de Maluf
ocorreu depois de muitas negociações. No primeiro turno, a Folha revelou um acordo entre o ex-prefeito e a campanha petista para que Maluf atacasse Serra e poupasse Marta. Em troca, seria protegido na CPI do Banestado.
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