LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR

Apesar de o encontro de líderes do PFL de ontem, em Salvador, ter sido organizado para o partido manifestar apoio ao senador César Borges, candidato à prefeitura da capital, o foco do evento foram as críticas ao governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
"O PT ainda não aprendeu que uma coisa é falar muito, outra coisa é governar", disse Cesar Maia, reeleito no Rio de Janeiro.
Em vez de participar de atos públicos para tentar deslanchar a candidatura de Borges, a qual o principal líder do PFL baiano, o senador ACM, já considera como perdida, a cúpula do partido preferiu fazer pequenos encontros na prefeitura, comitê político do senador, e no Palácio de Ondina, residência oficial do governo.
Cesar Maia disse que o presidente Lula criou ministérios "exclusivamente para abrigar derrotados do partido". "Governar não é palanque. Governar exige competência e responsabilidade."
O presidente da sigla, Jorge Bornhausen (SC), foi outro que criticou Lula. "O presidente não cumpriu a promessa de dobrar o valor do salário mínimo, não conseguiu gerar 10 milhões de empregos e ainda autorizou a compra de um avião por US$ 55 milhões. O Lula precisa entender que a sua história de vida não permite o luxo."
Diplomático, Bornhausen "deixou de lado" a troca de farpas com ACM. "Li hoje [ontem] na Folha a entrevista do senador Antonio Carlos Magalhães. Quero deixar bem claro que concordo com todas as suas posições."
Sobre as pesquisas, que apontam ampla vantagem do deputado João Henrique Carneiro (PDT), Maia disse que é "preciso ter cautela". Segundo o levantamento (registrado sob 25242/ 2004) do Ibope divulgado no dia 20, o pedetista tem 66% das intenções, e Borges, 25%. A margem de erro é de 3,5 pontos percentuais.


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