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Bastos quer criar regras
para delação premiada
ANDRÉA MICHAEL
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Ministério da Justiça pretende
regulamentar o uso da delação
premiada, o instituto legal que
permite reduzir em até dois terços
ou mesmo extinguir a pena dos
acusados de crimes que colaborarem com a Justiça.
O ministro Márcio Thomaz
Bastos (Justiça) encomendou ao
IDDD (Instituto de Defesa do Direito de Defesa) um estudo sobre
o tema. A análise será feita em
conjunto com o Instituto Brasileiro de Ciências Criminais.
As entidades vão se debruçar
sobre os diferentes dispositivos
legais, em vigor desde 1995, que
fazem referência à delação premiada, e sobre sua aplicação.
Segundo Dora Cavalcanti, presidente do IDDD, o objetivo, neste momento, é verificar se o instituto da delação é compatível com
as garantias processuais e constitucionais do acusado.
Os institutos apresentarão em
um debate público, no dia 24 de
novembro, uma versão preliminar do estudo.
Bastos pretende usar esse trabalho como base de discussão e
agregar ao documento contribuições de outros setores interessados. O conjunto vai se transformar em matéria-prima para uma
proposta de projeto de lei que o
ministério deve enviar ao Congresso Nacional.
O ministro afirma que é favorável ao uso da delação premiada e
que o objetivo da regulamentação
é evitar possíveis abusos, em detrimento de direitos de acusados.
Aplicabilidade
O presidente da Associação Nacional dos Procuradores da República, Nicolao Dino, é favorável à
idéia, desde que não "comprometa a aplicabilidade" da delação
premiada.
Dino sugere que o ministério
aproveite um projeto de lei relativo ao tema, que já foi aprovado na
Câmara e tramita agora no Senado, para levar a regulamentação
ao Congresso.
"Esse caminho, de incluir a regulamentação neste projeto que
está no Senado e que trata a delação como "colaboração premiada", pode dar mais agilidade ao
processo", disse Dino.
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