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Procurador-geral questiona Senado por brecha a nepotismo
Medida faz o presidente da Casa, Garibaldi Alves, afastar Alberto Cascais, advogado-geral do Senado e autor de parecer sobre tema
Também foi criada comissão para achar, em até 72 horas, todos os casos de parentes que trabalhem na Casa; "é improrrogável", diz Garibaldi
FELIPE SELIGMAN
ANDREZA MATAIS
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O procurador-geral da República, Antonio Fernando Souza,
questionou no STF (Supremo
Tribunal Federal) a validade do
ato do Senado que criou brechas para não demitir parentes
de senadores e funcionários. A
medida levou o presidente da
Casa, Garibaldi Alves (PMDB-RN), a afastar o advogado-geral
Alberto Cascais, autor do parecer sobre o nepotismo.
Garibaldi determinou a criação de comissão formada por
servidores para encontrar, no
prazo de 72 horas, todos os casos de nepotismo no Senado.
"Isso é improrrogável", disse.
Ontem mesmo, ele nomeou o
consultor legislativo Luiz Fernando Bandeira de Melo para o
lugar de Cascais. "Ele não se
mostrou à altura do desafio",
disse, em referência a Cascais.
Cascais continuará no Senado, mas sem cargo de direção.
Ele é representante do Senado
no Conselho Nacional de Justiça e também deve perder essa
função. Ele não se manifestou.
Na reclamação protocolada
ontem, o procurador da República afirma que quatro itens do
documento preparado pelo advogado e aprovado pela Comissão Diretora do Senado estão
em confronto com a súmula do
STF que proíbe o nepotismo.
O procurador-geral pede, no
mérito, a anulação dos itens e,
de forma liminar, que sejam
suspensos até o julgamento final. Entre os questionamentos
está o que permite ao servidor
ficar no cargo se tiver sido nomeado antes da posse do parente senador ou diretor na Casa. Antonio Fernando também
viu irregularidade em item que
permitia a permanência de parentes de senadores ou servidores já mortos ou aposentados.
"É notória a situação de parlamentares que, após se aposentarem, permanecem no cenário político como tomadores
de decisões, no âmbito interno
de legendas ou coligações ou
mesmo nos bastidores do poder", escreveu o procurador-geral da República.
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