São Paulo, quinta-feira, 22 de outubro de 2009

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Painel

RENATA LO PRETE - painel@uol.com.br

Superdosagem

Executada a coreografia PT-PMDB, o próximo passo da campanha de Dilma Rousseff será usar essa parceria como trunfo numa nova rodada de conversas. Em breve, os presidentes Ricardo Berzoini e Michel Temer entrarão em campo na tentativa de amarrar partidos menores à candidatura da ministra.
Entre as siglas que já foram procuradas, o PDT não esconde certo desconforto com o que considera "postura dúbia" de Lula em relação ao projeto presidencial de Ciro Gomes (PSB). "Para estarmos juntos de fato, precisamos entender o jogo todo, e não apenas uma parte dele", reclama o deputado Paulo Pereira da Silva (PDT-SP), da Força Sindical.




Linha dura. No jantar de anteontem, Lula sugeriu aos peemedebistas que recorram até à intervenção nos Estados em que o partido insistir em marchar com a oposição.

Uau! Os aliancistas mais entusiasmados saíram do Alvorada com dois números na cabeça. Percentual do PMDB hoje com Dilma: 70%. Chance de Temer ser o vice: 80%.

Veja bem. Já uma raposa peemedebista envolvida na negociação diz que tudo vai depender da evolução da candidatura: "A gente vai até a porta do cemitério. Só não nos peçam para entrar na cova".

Amuleto. Cristão novo no PMDB, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, foi ao jantar com a mesma gravata verde e amarela usada pela comitiva brasileira no anúncio do Rio como sede da Olimpíada de 2016. "Ele deve achar que dá sorte", comentou um ministro presente.

Bananas... A pesquisa Ibope em que José Serra obtém 41% de intenção de voto não pode ser comparada com a anterior do instituto, na qual o tucano havia registrado 35%. Encomendado pelo PSDB, o levantamento mais recente não apresentou ao entrevistado o nome do candidato sozinho, mas sim acompanhado de um vice.

...e laranjas. Serra atingiu 41% tendo o correligionário Aécio Neves como vice. No caso de Dilma (17%), o companheiro de chapa foi Temer.

A cobrar. O presidente do TSE, Carlos Ayres Britto, recebeu telefonema enquanto conversava numa roda após a posse da ministra Ellen Gracie anteontem no tribunal. Numa conversa tensa, comentou as críticas de Gilmar Mendes à viagem de Lula ao São Francisco. Britto chamava o interlocutor de "presidente". Mas nega que fosse Lula do outro lado da linha.

República. Lula foi surpreendido em Ouro Preto por estudantes que pediam sua intervenção para liberar vagas em moradias universitárias. Prometeu 300 unidades.

Pode. Com um pé no STF, o advogado-geral da União, José Antonio Toffoli, assinou ontem parecer que dá à Fundação Padre Anchieta, administradora da TV Cultura de SP, a mesma liberdade que tem a TV Brasil para captar recursos de empresas privadas, a título de apoio cultural e publicidade institucional.

Cabide. Enquanto procuram reverter a cassação na Justiça Eleitoral, os 13 vereadores paulistanos que receberam doações da AIB tentam driblar a exoneração dos 18 funcionários que cada um indicou nos gabinetes.

Vida nova. Enterrado o pedido de impeachment, Yeda Crusius (PSDB-RS) tentará virar a página votando a reformulação no plano de carreira dos servidores.

Visita à Folha. David Feffer, presidente da Suzano Holding S.A., e Daniel Feffer, vice-presidente corporativo, visitaram ontem a Folha, a convite do jornal, onde foram recebidos em almoço. Estavam com Waldomiro Cavas Júnior, assessor.

com VERA MAGALHÃES e SILVIO NAVARRO

Tiroteio

Ao afirmar que transformaram um evento de governo em comício, imagino que o presidente do Supremo se referia às viagens do Serra.

Do deputado FERNANDO FERRO (PT-PE), sobre as críticas de Gilmar Mendes aos três dias de visita de Lula, com Dilma a tiracolo, às obras de transposição do São Francisco.

Contraponto

Primeiro e único

Embora os peemedebistas tenham chegado ao Palácio da Alvorada, anteontem à noite, já bastante acertados quanto ao que reivindicar em troca do apoio a Dilma Rousseff, houve no jantar com Lula alguma discussão sobre os termos da nota que seria divulgada à imprensa sobre o "pré-compromisso" para a eleição de 2010.
Depois de ouvir o termo ser repetido várias vezes pelos comensais, o presidente resolveu corrigir:
-Não tem nada de "pré". É "compromisso" mesmo. O único "pré" que nós queremos é o "pré-sal"!
Por algum motivo, entretanto, acabou saindo "pré-compromisso" no texto tornado público na manhã de ontem.


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