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Governadores resistem a parceria entre PT e PMDB
DA AGÊNCIA FOLHA
Um dia depois de anunciado
acordo entre PT e PMDB para a
disputa à Presidência, ao menos 3 governadores dos 14 Estados sob o comando de alguma
das duas siglas disseram achar
difícil a repetição da parceria
em âmbito regional.
No Paraná, o peemedebista
Roberto Requião afirmou que
não reconhece o compromisso.
O petista Jaques Wagner, da
Bahia, disse que uma aliança
não deve ocorrer em seu Estado. Em Santa Catarina, Luiz
Henrique da Silveira (PMDB)
rechaçou qualquer hipótese de
acordo, enquanto seu colega de
sigla André Puccinelli, de Mato
Grosso do Sul, reafirmou sua
posição de "monogâmico".
Requião afirmou que um
partido "fala pela sua convenção nacional". "O que houve
ontem [anteontem] em Brasília
foi um entendimento pessoal,
entre dirigentes. Acordos, só se
forem em cima de plano de governo, de propostas, de ideias",
disse, por meio de sua assessoria. "Do contrário é acerto, troca de favores futuros." No Estado, o PMDB deve ter candidato
próprio, enquanto o PT ainda
não se decidiu.
Wagner, que enquanto ministro das Relações Institucionais, até 2006, ajudou a costurar o acordo, disse que sempre
defendeu a aliança, embora não
considere a hipótese viável hoje
em seu Estado, a Bahia.
O petista deve ter o ministro
peemedebista Geddel Vieira
Lima (Integração Nacional) como adversário. "Não me sinto
responsável pelo rompimento.
Foi uma decisão do PMDB."
Ele afirmou ainda que não se
preocupa com a formação no
Estado de um segundo palanque para Dilma, escolhida pelo
presidente Lula à sucessão.
Na Bahia, o racha entre os
partidos foi formalizado em
agosto, quando o PMDB deixou
a base aliada do governo.
Luiz Henrique disse, por
meio de sua assessoria de imprensa, que não há chance de
acordo em seu Estado depois
de o PT ter feito oposição na
Assembleia. A senadora Ideli
Salvatti, por enquanto, é o principal nome petista.
"Tenho boa relação com o
Michel Temer [presidente do
partido], mas acho até que ele já
não conta com essa aliança
aqui", afirmou.
Puccinelli, também por meio
da assessoria, disse que reafirma o que disse à Folha no início do mês, quando se declarou
"monogâmico", mas aceitaria
um palanque único em favor da
ministra Dilma Rousseff.
O peemedebista se referia à
possibilidade de "compartilhar" o apoio da candidata com
o ex-governador José Orcírio
Miranda dos Santos, o Zeca do
PT, que pretende disputar o governo pela sigla em 2010.
(DIMITRI DO VALLE, JOÃO CARLOS MAGALHÃES, MATHEUS MAGENTA, RODRIGO
VARGAS e ROBERTO MADUREIRA)
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