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STJ rejeita denúncia contra desembargadores do TRF-3
Juízes investigados pela Operação Têmis foram acusados de negociar decisões judiciais
Superior Tribunal de Justiça decidiu receber apenas a denúncia contra Roberto Haddad por posse ilegal de arma de fogo de uso restrito
FREDERICO VASCONCELOS
DA REPORTAGEM LOCAL
A Corte Especial do Superior
Tribunal de Justiça rejeitou,
por unanimidade, a denúncia
oferecida contra os desembargadores Alda Basto, Nery Júnior e Roberto Haddad, do Tribunal Regional Federal da 3ª
Região. Eles foram alvos da
Operação Têmis, deflagrada
em 2007, e acusados de participação numa suposta quadrilha
que burlava o fisco e negociava
decisões judiciais para favorecer empresas de bingo.
Os três magistrados foram
denunciados sob acusação de
quadrilha. Alda também foi
acusada de corrupção passiva,
prevaricação e falsidade ideológica; Nery Júnior, também por
prevaricação. Haddad foi acusado de exploração de prestígio
e advocacia administrativa [patrocinar interesse privado].
Por maioria, com voto vencido do ministro Nilson Naves,
foi recebida apenas a denúncia
contra Haddad por posse ilegal
de arma de fogo de uso restrito.
Operação Têmis
Em 20 de abril de 2007, a Polícia Federal realizou busca e
apreensão nas residências e
nos gabinetes dos três magistrados no TRF-3.
"Por unanimidade, o tribunal
entendeu que a Operação Têmis foi aberta com estardalhaço, sob a alegação de apurar
venda de sentença judicial. Esse fato, que serviu de pano de
fundo para uma falsa acusação,
nunca foi abordado no inquérito nem objeto da denúncia", diz
o advogado Manoel Cunha Lacerda, defensor de Nery Júnior.
O advogado Cezar Roberto
Bitencourt negou que Nery Júnior tivesse sofrido influência
de Haddad para adiar votação,
beneficiando uma empresa.
Na véspera do julgamento, o
advogado Antonio Cláudio Mariz de Oliveira, que defende Alda Basto, disse que "a denúncia,
extensa, procurou encobrir
com retórica as deficiências da
prova colhida durante o inquérito, que não demonstra ter a
Dra. Alda praticado os delitos
que lhe são imputados".
Ilações
Em julho, o advogado de Roberto Haddad, José Eduardo
Alckmin, disse que a denúncia
construiu "múltiplas ilações
absolutamente destituídas de
fundamento".
"O Ministério Público Federal entende que a questão não
está encerrada", disse o subprocurador-geral da República
Francisco Dias Teixeira.
"Há um ano, quando oferecemos a denúncia, requeremos o
desdobramento para aprofundar investigações por suspeita
de corrupção. Vamos insistir",
afirmou Teixeira.
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