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PT NO DIVÃ
Encontro de ministro com membros do partido será em 2005
PT pede debate com Palocci e juro menor
DA REPORTAGEM LOCAL
Na última reunião do ano, o Diretório Nacional do PT -instância máxima de decisão do partido- decidiu que a legenda pedirá uma reunião com o ministro
Antonio Palocci (Fazenda) para o
começo de 2005. Na pauta, a política econômica do governo Lula.
A sugestão partiu do deputado
Renato Simões e foi aprovada por
unanimidade. Palocci é suplente
no diretório, que tem 83 titulares.
Os suplentes foram convidados
para o encontro, mas Palocci não
apareceu (está na Alemanha).
"O ministro fará uma exposição
detalhada, com números e com
argumentos sobre a política econômica. Aí a gente abrirá o debate", disse o presidente do PT, José
Genoino. "Nas duas vezes em que
eu participei de debates com Palocci ele foi muito convincente e
argumentou bastante."
A última reunião do PT com Palocci foi em 2003, no ápice da queda de crescimento, quando o país
vivia um ambiente de retração
econômica. Na ocasião, Palocci
apresentou ao diretório perspectivas otimistas.
Publicamente, o PT nega que a
decisão de procurar o ministro seja fruto da insatisfação interna de
algumas tendências da legenda,
alegando que "o PT quer fazer
uma discussão organizada sobre
os rumos do PT e do governo".
O encontro com Palocci, no entanto, não foi a única referência à
política econômica no balanço da
reunião. No documento que sintetiza as deliberações do encontro, além do balanço das eleições
municipais, a legenda faz algumas
sugestões ao governo.
O tom do texto é bastante conciliador, mas as propostas de mudança de rumo estão centradas na
macroeconomia: redução das taxas de juros, maior aumento real
do salário mínimo em 2005, redução da carga tributária e revisão
da tabela do Imposto de Renda.
"O PT continuará lutando para
a redução consistente e responsável da taxa básica de juros, da taxa
de juros reais e da Taxa de Juros
de Longo Prazo", diz o texto.
A TJLP baliza a maior parte dos
financiamentos do BNDES e seu
patamar era uma divergência pública entre o economista Carlos
Lessa e os responsáveis pela política econômica. Demitido da presidência do banco na quinta, Lessa defendia que a TJLP recuasse
-de 9,75% para 8% ao ano-,
mas a taxa é definida pelo Conselho Monetário Nacional, formado
pelos ministros da Fazenda (Palocci) e do Planejamento (até
quinta, Guido Mantega, que substituiu Lessa no BNDES), além do
presidente do Banco Central.
(SÍLVIA CORRÊA e CHICO DE GOIS)
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