São Paulo, segunda-feira, 22 de novembro de 2004

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PT NO DIVÃ

Encontro de ministro com membros do partido será em 2005

PT pede debate com Palocci e juro menor

DA REPORTAGEM LOCAL

Na última reunião do ano, o Diretório Nacional do PT -instância máxima de decisão do partido- decidiu que a legenda pedirá uma reunião com o ministro Antonio Palocci (Fazenda) para o começo de 2005. Na pauta, a política econômica do governo Lula.
A sugestão partiu do deputado Renato Simões e foi aprovada por unanimidade. Palocci é suplente no diretório, que tem 83 titulares. Os suplentes foram convidados para o encontro, mas Palocci não apareceu (está na Alemanha).
"O ministro fará uma exposição detalhada, com números e com argumentos sobre a política econômica. Aí a gente abrirá o debate", disse o presidente do PT, José Genoino. "Nas duas vezes em que eu participei de debates com Palocci ele foi muito convincente e argumentou bastante."
A última reunião do PT com Palocci foi em 2003, no ápice da queda de crescimento, quando o país vivia um ambiente de retração econômica. Na ocasião, Palocci apresentou ao diretório perspectivas otimistas.
Publicamente, o PT nega que a decisão de procurar o ministro seja fruto da insatisfação interna de algumas tendências da legenda, alegando que "o PT quer fazer uma discussão organizada sobre os rumos do PT e do governo".
O encontro com Palocci, no entanto, não foi a única referência à política econômica no balanço da reunião. No documento que sintetiza as deliberações do encontro, além do balanço das eleições municipais, a legenda faz algumas sugestões ao governo.
O tom do texto é bastante conciliador, mas as propostas de mudança de rumo estão centradas na macroeconomia: redução das taxas de juros, maior aumento real do salário mínimo em 2005, redução da carga tributária e revisão da tabela do Imposto de Renda.
"O PT continuará lutando para a redução consistente e responsável da taxa básica de juros, da taxa de juros reais e da Taxa de Juros de Longo Prazo", diz o texto.
A TJLP baliza a maior parte dos financiamentos do BNDES e seu patamar era uma divergência pública entre o economista Carlos Lessa e os responsáveis pela política econômica. Demitido da presidência do banco na quinta, Lessa defendia que a TJLP recuasse -de 9,75% para 8% ao ano-, mas a taxa é definida pelo Conselho Monetário Nacional, formado pelos ministros da Fazenda (Palocci) e do Planejamento (até quinta, Guido Mantega, que substituiu Lessa no BNDES), além do presidente do Banco Central.
(SÍLVIA CORRÊA e CHICO DE GOIS)


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