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Para Rossetto, chacina em MG foi premeditada
DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA SUCURSAL DO RIO
O ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, disse
ontem que a chacina de cinco
sem-terra em Felisburgo (MG) foi
um crime "inaceitável" e "premeditado". "É uma situação de grande brutalidade, um crime inaceitável, premeditado, a partir de um
conflito sobre uma área hoje reconhecidamente do Estado, devoluta. Há uma ação legal por parte do
Estado de Minas Gerais de arrecadação dessa terra", disse Rossetto.
Questionado se os crimes teriam relação com a suposta demora na resolução da situação da
fazenda, invadida há mais de dois
anos, Rossetto disse que não se
trata de uma questão fundiária,
mas de segurança pública.
"Não há nenhuma hipótese de
criarmos qualquer ambiente de
justificativa para um crime dessa
natureza. É um crime hediondo,
de enorme brutalidade e, portanto, a tarefa nesse momento é de,
num prazo muito rápido e de forma exemplar, criar condições de
fazer justiça", afirmou.
O secretário especial de Direitos
Humanos da Presidência da República, Nilmário Miranda, disse
que a chacina causou indignação
nacional e internacional. Segundo
ele, os sem-terra promoverão
"protestos em todo o país". Para
ele, a chacina poderia ter sido evitada se houvesse mais comunicação entre os Poderes. "Foram dois
anos de ameaças de morte."
Nilmário, Rossetto e o presidente do Incra, Rolf Hackbart, se reuniram ontem em Felisburgo com
os chefes das polícias de Minas.
O líder do MST João Pedro Stedile acusou o fazendeiro Adriano
Chafik Luedy de ter sido o mandante da chacina. Segundo ele, há
dois anos pessoas ligadas ao fazendeiro vinham fazendo ameaças. "A chacina é o retrato do atraso do Brasil rural, em que os fazendeiros se consideram donos
da terra, da vida e da natureza."
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