São Paulo, segunda-feira, 22 de novembro de 2004

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Para Rossetto, chacina em MG foi premeditada

DA AGÊNCIA FOLHA, EM BELO HORIZONTE
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA SUCURSAL DO RIO

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Miguel Rossetto, disse ontem que a chacina de cinco sem-terra em Felisburgo (MG) foi um crime "inaceitável" e "premeditado". "É uma situação de grande brutalidade, um crime inaceitável, premeditado, a partir de um conflito sobre uma área hoje reconhecidamente do Estado, devoluta. Há uma ação legal por parte do Estado de Minas Gerais de arrecadação dessa terra", disse Rossetto.
Questionado se os crimes teriam relação com a suposta demora na resolução da situação da fazenda, invadida há mais de dois anos, Rossetto disse que não se trata de uma questão fundiária, mas de segurança pública.
"Não há nenhuma hipótese de criarmos qualquer ambiente de justificativa para um crime dessa natureza. É um crime hediondo, de enorme brutalidade e, portanto, a tarefa nesse momento é de, num prazo muito rápido e de forma exemplar, criar condições de fazer justiça", afirmou.
O secretário especial de Direitos Humanos da Presidência da República, Nilmário Miranda, disse que a chacina causou indignação nacional e internacional. Segundo ele, os sem-terra promoverão "protestos em todo o país". Para ele, a chacina poderia ter sido evitada se houvesse mais comunicação entre os Poderes. "Foram dois anos de ameaças de morte."
Nilmário, Rossetto e o presidente do Incra, Rolf Hackbart, se reuniram ontem em Felisburgo com os chefes das polícias de Minas.
O líder do MST João Pedro Stedile acusou o fazendeiro Adriano Chafik Luedy de ter sido o mandante da chacina. Segundo ele, há dois anos pessoas ligadas ao fazendeiro vinham fazendo ameaças. "A chacina é o retrato do atraso do Brasil rural, em que os fazendeiros se consideram donos da terra, da vida e da natureza."


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