São Paulo, quinta-feira, 22 de novembro de 2007

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Tião Viana diz "dane-se" a quem reclama de regimento

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente interino do Senado, Tião Viana (PT-AC), reagiu ontem às críticas do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) e de governistas sobre a indefinição do calendário de votação do processo de cassação do mandato do peemedebista. Viana disse que irá cumprir o regimento e "dane-se" quem estiver aborrecido; avisou ainda que a votação no plenário agora depende da oposição.
"Ele [Renan] está afastado e eu estou ocupando essa função interinamente. O que não pode é ficar um ambiente de especulação como se fosse um delírio paranóico de que tem perseguição para A ou B só porque as decisões regimentais não agradam ora a A ora a B. Então, se alguém estiver aborrecido com o bom cumprimento do regimento, como se diz popularmente, em sinônimo, dane-se."
O petista foi acusado por renanzistas de estimular o atraso na votação do processo de cassação para se manter por mais tempo na presidência.
Após ter marcado a discussão para a primeira semana de dezembro, Viana mudou o discurso. "Cabe à oposição definir a data. Não posso mais antecipar nada diante dessa instabilidade. Acho que não se deve emparedar Arthur Virgílio [PSDB-AM]. Não é bom para a Casa." O processo só pode ser votado no plenário após Virgílio apresentar seu parecer na Comissão de Constituição e Justiça. Ele diz que entrega o texto na quarta.
Viana disse que Renan "tem o direito de requisitar ser julgado", mas que precisa ter "serenidade" para aguardar o julgamento. Suas declarações anteciparam a decisão de Renan de renovar a licença por mais 35 dias. "É uma decisão refletida de Renan, que demonstra um esforço grande de sua parte para que não paire nenhuma dúvida sobre a instituição Senado Federal", afirmou Viana.
Segundo aliados de Renan, ele ficou preocupado com a reação "raivosa" de Viana e temeroso de que ele pudesse segurar a votação do processo de cassação, prejudicando seus planos de encerrar logo essa discussão.
"Aceitarei qualquer cronograma com total serenidade", disse Renan. Ele avalia que hoje teria chances de ser absolvido, por isso não quer postergar o processo. Renan é acusado de usar laranjas para comprar rádios e um jornal em Alagoas.


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