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Tião Viana diz "dane-se" a quem reclama de regimento
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente interino do Senado, Tião Viana (PT-AC), reagiu ontem às críticas do senador Renan Calheiros (PMDB-AL) e de governistas sobre a indefinição do calendário de votação do processo de cassação
do mandato do peemedebista.
Viana disse que irá cumprir o
regimento e "dane-se" quem
estiver aborrecido; avisou ainda que a votação no plenário
agora depende da oposição.
"Ele [Renan] está afastado e
eu estou ocupando essa função
interinamente. O que não pode
é ficar um ambiente de especulação como se fosse um delírio
paranóico de que tem perseguição para A ou B só porque as decisões regimentais não agradam ora a A ora a B. Então, se
alguém estiver aborrecido com
o bom cumprimento do regimento, como se diz popularmente, em sinônimo, dane-se."
O petista foi acusado por renanzistas de estimular o atraso
na votação do processo de cassação para se manter por mais
tempo na presidência.
Após ter marcado a discussão
para a primeira semana de dezembro, Viana mudou o discurso. "Cabe à oposição definir a
data. Não posso mais antecipar
nada diante dessa instabilidade. Acho que não se deve emparedar Arthur Virgílio [PSDB-AM]. Não é bom para a Casa." O
processo só pode ser votado no
plenário após Virgílio apresentar seu parecer na Comissão de
Constituição e Justiça. Ele diz
que entrega o texto na quarta.
Viana disse que Renan "tem
o direito de requisitar ser julgado", mas que precisa ter "serenidade" para aguardar o julgamento. Suas declarações anteciparam a decisão de Renan de
renovar a licença por mais 35
dias. "É uma decisão refletida
de Renan, que demonstra um
esforço grande de sua parte para que não paire nenhuma dúvida sobre a instituição Senado
Federal", afirmou Viana.
Segundo aliados de Renan,
ele ficou preocupado com a reação "raivosa" de Viana e temeroso de que ele pudesse segurar
a votação do processo de cassação, prejudicando seus planos
de encerrar logo essa discussão.
"Aceitarei qualquer cronograma com total serenidade",
disse Renan. Ele avalia que hoje
teria chances de ser absolvido,
por isso não quer postergar o
processo. Renan é acusado de
usar laranjas para comprar rádios e um jornal em Alagoas.
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