São Paulo, quinta-feira, 22 de novembro de 2007

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Quem não gosta da CPMF são os sonegadores, diz ministro

Discursos parecidos ao de Paulo Bernardo são feitos por Lula, Mantega e Rachid

Para Lula, se prorrogação do tributo não for aprovada, será criado "problema para os milhões de brasileiros que dependem do SUS"

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dois ministros e o secretário da Receita Federal saíram ontem em defesa da aprovação da CPMF com discursos parecidos: que a população será mais prejudicada com o fim do tributo e que quem não gosta da CPMF são os sonegadores.
Lula disse que "as pessoas estão tomando consciência de que votar a CPMF é uma questão de compromisso com o resultado das políticas de saúde que estamos implementando no Brasil, já há muito tempo".
"Digo sempre que, se alguém imagina que não votando a CPMF vai criar algum problema com o governo, ledo engano. As pessoas vão criar problemas para os milhões de brasileiros que dependem do dinheiro do SUS. Sou um homem convencido de que a CPMF vai passar no Congresso."
Para o ministro Paulo Bernardo (Planejamento), "quem não gosta da CPMF são os sonegadores". Isso porque a contribuição é um importante aliado do governo para verificar movimentação financeira de empresas e pessoas físicas e para combater a sonegação.
"[Os sonegadores] acham que tirando a CPMF terão, talvez, um afrouxamento na fiscalização", afirmou o ministro.
Questionado se o excesso de arrecadação não daria tranqüilidade para se discutir o fim ou a redução da alíquota da contribuição, que foi criada para vigorar por um período determinado, Bernardo disse que isso pode ser incluído no debate da reforma tributária. "Vamos fazer uma diminuição da alíquota da CPMF. Eu, inclusive, cheguei a defender um cronograma de redução no longo prazo."
Já o ministro da Fazenda, Guido Mantega, manifestou preocupação com a demora na votação da CPMF no plenário do Senado. Mesmo assim, disse estar confiante que a prorrogação do tributo até 2011 será aprovada. "Está demorando para ser votada. Isso me preocupa porque a não-aprovação trará sérias conseqüências para o país. Mas não conto com isso. Será aprovada porque temos uma base aliada coesa e ainda conto com a colaboração de membros da oposição que se sensibilizam com o problema. O governo não pode correr o risco de ter R$ 40 bilhões a menos na arrecadação", disse.
O secretário da Receita, Jorge Rachid, rebateu os argumentos da oposição de que o governo não precisa da CPMF. "Não podemos fazer essa vinculação porque a CPMF está direcionada para a saúde. [Os valores] não são desperdiçados", disse.
Rachid lançou uma provocação para os contrários ao tributo: "6% das pessoas físicas contribuem com 56% da arrecadação das pessoas físicas. Vamos ver quem está reclamando. Não é a grande população que está sendo prejudicada".


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