|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Quem não gosta da CPMF são os sonegadores, diz ministro
Discursos parecidos ao de Paulo Bernardo são feitos por Lula, Mantega e Rachid
Para Lula, se prorrogação do tributo não for aprovada, será criado "problema para os milhões de brasileiros que dependem do SUS"
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva, dois ministros e o secretário da Receita Federal saíram ontem em defesa da aprovação da CPMF com discursos
parecidos: que a população será
mais prejudicada com o fim do
tributo e que quem não gosta
da CPMF são os sonegadores.
Lula disse que "as pessoas estão tomando consciência de
que votar a CPMF é uma questão de compromisso com o resultado das políticas de saúde
que estamos implementando
no Brasil, já há muito tempo".
"Digo sempre que, se alguém
imagina que não votando a
CPMF vai criar algum problema com o governo, ledo engano. As pessoas vão criar problemas para os milhões de brasileiros que dependem do dinheiro do SUS. Sou um homem
convencido de que a CPMF vai
passar no Congresso."
Para o ministro Paulo Bernardo (Planejamento), "quem
não gosta da CPMF são os sonegadores". Isso porque a contribuição é um importante aliado do governo para verificar
movimentação financeira de
empresas e pessoas físicas e para combater a sonegação.
"[Os sonegadores] acham
que tirando a CPMF terão, talvez, um afrouxamento na fiscalização", afirmou o ministro.
Questionado se o excesso de
arrecadação não daria tranqüilidade para se discutir o fim ou
a redução da alíquota da contribuição, que foi criada para vigorar por um período determinado, Bernardo disse que isso pode ser incluído no debate da reforma tributária. "Vamos fazer
uma diminuição da alíquota da
CPMF. Eu, inclusive, cheguei a
defender um cronograma de
redução no longo prazo."
Já o ministro da Fazenda,
Guido Mantega, manifestou
preocupação com a demora na
votação da CPMF no plenário
do Senado. Mesmo assim, disse
estar confiante que a prorrogação do tributo até 2011 será
aprovada. "Está demorando
para ser votada. Isso me preocupa porque a não-aprovação
trará sérias conseqüências para
o país. Mas não conto com isso.
Será aprovada porque temos
uma base aliada coesa e ainda
conto com a colaboração de
membros da oposição que se
sensibilizam com o problema.
O governo não pode correr o
risco de ter R$ 40 bilhões a menos na arrecadação", disse.
O secretário da Receita, Jorge Rachid, rebateu os argumentos da oposição de que o governo não precisa da CPMF. "Não
podemos fazer essa vinculação
porque a CPMF está direcionada para a saúde. [Os valores]
não são desperdiçados", disse.
Rachid lançou uma provocação para os contrários ao tributo: "6% das pessoas físicas contribuem com 56% da arrecadação das pessoas físicas. Vamos
ver quem está reclamando. Não
é a grande população que está
sendo prejudicada".
Texto Anterior: Planalto: Sucessão é questão do senado, diz presidente Próximo Texto: Frase Índice
|